Doenças da tireoide afetam principalmente o sexo feminino

Pesquisa realizada pela SBAC (Sociedade Brasileira de Análises Clínicas) mostra que mulheres são oito vezes mais afetadas do que homens

19 de junho de 2023 - às 19h49 (atualizado em 28/11/2023, às 17h34)

Mulher faz ultrassonografia na tireoide
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Estudos realizados pela farmacêutica alemã, Merck, em 2020, apontam que 1,6 bilhão de pessoas ao redor do mundo podem apresentar algum tipo de doença da tireoide. De acordo com pesquisa publicada pela SBAC (Sociedade Brasileira de Análises Clínicas), essas doenças afetam as mulheres com uma frequência oito vezes maior do que os homens. O número de casos de hipotireoidismo entre pessoas do sexo feminino é de 5/1.000, enquanto o de hipertireoidismo possui prevalência de 3/1.000 casos.

Os dados também mostraram que a chance de desenvolver nódulos na glândula aumenta com a idade. Por volta dos 45 anos, as mulheres passam por alterações hormonais que levam à menopausa, que é a suspensão permanente da menstruação e marca o fim natural da capacidade reprodutiva feminina. A análise indica que nessa fase, cerca de 90% das pessoas do sexo feminino apresenta sintomas como fadiga, lentidão mental ou física, dificuldades de concentração, esquecimento e alterações de humor, que também são característicos de problemas com a tireoide.

Segundo a nutróloga e endocrinologista especializada em medicina da Qualidade de Vida, Valéria Goulart, a tireoide é uma glândula em formato de borboleta localizada na parte frontal do pescoço, abaixo do pomo de Adão. Sua função é essencial, uma vez que ela produz hormônios tireoidianos, como a tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), que desempenham um papel indispensável no adequado funcionamento do metabolismo, crescimento e desenvolvimento do corpo.

Valéria explica que os principais problemas da tireoide incluem o hipotireoidismo, caracterizado pela produção insuficiente de hormônios, resultando em fadiga, ganho de peso e pele seca. Já o hipertireoidismo é o oposto, com uma produção excessiva de hormônios, levando à perda de peso, irritabilidade e tremores. Os nódulos tireoidianos são crescimentos anormais na glândula, podendo ser benignos ou cancerosos. A doença de Graves, uma condição autoimune, provoca hipertireoidismo e problemas oculares. A tireoidite, que inclui a tireoidite de Hashimoto, é uma inflamação comum que leva ao hipotireoidismo. Embora menos frequente, o câncer de tireoide também pode ocorrer.

Para identificar alterações na tireoide, é necessário realizar dois exames de sangue: o TSH e o T4 livre, que medem a quantidade de hormônios na corrente sanguínea. No entanto, a pesquisa feita pela Merck aponta a falta de conhecimento da população sobre os distúrbios da tireoide e seus efeitos. Ela constatou que 60% dos casos não são diagnosticados, o que faz com que muitas pessoas não saibam a causa dos sintomas que enfrentam.

Para o médico nutrólogo Vinicius Sampaio, o diagnóstico precoce é fundamental, pois pode garantir tratamento efetivo e adequado, prevenindo complicações futuras. Sampaio ressalta que a identificação do problema proporciona maior qualidade de vida. Dessa forma, é possível obter intervenções médicas oportunas e abordagens abrangentes no cuidado da tireoide, promovendo saúde e bem-estar de forma integral.

 

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