Café e medicamentos: conheça as consequências desta mistura

Ingerir esta bebida estimulante em excesso pode alterar a eficácia de medicamentos, alertam especialistas

15 de junho de 2023 - às 19h35 (atualizado em 28/11/2023, às 12h18)

Homem barista serve café em copinhos de vidro
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A cafeína é um estimulante popular encontrado em produtos do nosso cotidiano, como café, chás, mates, chocolates e refrigerantes. Além disso, é adicionada a analgésicos, remédios para resfriados, suplementos de perda de peso e medicamentos que promovem a agilidade mental. Mas entre todas as variedades com esse composto químico natural, o café é o mais apreciado. Porém, é preciso atentar para não misturá-lo com medicamentos. 

O café, segundo a Organização Internacional do Café (OIC), é a segunda bebida mais consumida no mundo, ficando atrás apenas da água. 

Com seu aroma inconfundível e sabor marcante, ele conquista diariamente milhões de adeptos no mundo. Para muitas pessoas, tomar café de forma moderada é seguro e até considerado parte de um estilo de vida saudável. Mas não é todo mundo que sente os efeitos da cafeína do mesmo jeito. A absorção pode ser diferente para cada indivíduo, dependendo do metabolismo e de fatores genéticos. 

Segundo Paulo Bertolucci, chefe do setor de Neurologia do Comportamento da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/UNIFESP), muitas pessoas acreditam que o café ajuda a manter a atenção. Porém, ele explica que o composto não atua necessariamente nessa área, mas na velocidade do processamento cognitivo. Ou seja, faz o cérebro funcionar de forma mais rápida, causando a sensação de foco.

Mesmo apreciada, a bebida precisa ser ingerida com cautela. O neurocirurgião Roberto Duprat Oberg explica que a quantidade de pó ideal a ser consumida é de 400mg por dia, o equivalente a  4 xícaras de café. Oberg alerta que a cafeína causa dependência e a falta dessa substância pode ocasionar efeito rebote e desencadear uma série de fatores relacionados ao excesso. Além disso, ele destaca que ingerir o café com certos medicamentos pode alterar sua eficácia

Nesse sentido, Bertolucci esclarece que o café não anula o efeito da medicação, mas pode retardar o resultado. O contrário também ocorre. De acordo com o neurocirurgião, tomar café e ingerir medicamentos para pressão arterial, por exemplo, pode aumentar o efeito da medicação e causar hipotensão.

Outros efeitos também podem ser notados quando há consumo medicamentoso com cafeína. Oberg cita os antidepressivos. O estimulante pode diminuir a eficácia, já que ambos atuam no sistema nervoso central. Quando tomado com antibióticos, pode aumentar os efeitos colaterais, como tremores e nervosismo.

É essencial ressaltar a relevância de seguir as instruções contidas na bula do medicamento e as orientações médicas ou farmacêuticas para evitar potenciais interações. Luciene de Oliveira, nutricionista e diretora Científica do Departamento de Nutrição da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), destaca a importância de ler atentamente as informações fornecidas e aderir às recomendações específicas, garantindo assim um uso seguro e eficaz dos medicamentos.

 

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