Aspartame faz mal?

Após o anúncio da Organização Mundial da Saúde - OMS, esclareça suas dúvidas sobre o uso do adoçante apontado como fator de risco de câncer 

8 de agosto de 2023 - às 11h52 (atualizado em 28/11/2023, às 12h01)

Colher cheia de adoçante (pó branco)
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Aspartame é um adoçante artificial utilizado na indústria alimentícia como substituto do açúcar e é cerca de 200 vezes mais doce que o próprio açúcar. Presente em uma variedade de alimentos e bebidas, como refrigerantes, sucos, sobremesas e produtos de panificação, ele tem somente a função de adoçar. De acordo com o nutricionista Carlos Basualdo, do ponto de vista nutricional, o aspartame não causa nenhum benefício para consumo humano. “Serve apenas como realçador do paladar e para adoçar alimentos para indivíduos que não podem consumir açúcar”, explica. 

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo do aspartame por longos períodos não favorece o emagrecimento e pode aumentar o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e câncer. Marcio Atalla, especialista em qualidade de vida e preparador físico, explica: “A OMS colocou como possivelmente cancerígeno porque, nos estudos, observaram que o grupo que consome mais aspartame tem incidência maior de câncer. Mas isso não significa que venha do aspartame. É possível, por exemplo, imaginar que as pessoas que estão muito acima do peso, que são obesas, são um fator de risco para o câncer, pois elas consomem aspartame para tentar controlar o peso. Esse excesso de peso está relacionado à incidência de 11 tipos de câncer. Então, foi criado esse alerta”, afirma.

 

Aspartame: consumo e quantidade

 

O Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA), da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que atuou em parceria com a OMS, não viu motivos para alterar recomendações em relação à dosagem de aspartame. Segundo Atalla, tanto a Anvisa quanto a OMS mantêm que é seguro consumir cerca de 40 miligramas por quilo de peso por dia, ou seja, até 2.800 miligramas para um indivíduo que pesa, em média, 70 quilos. “Então, é possível perceber que, para ter um problema com o aspartame, o consumo precisa ser realmente grande. Ou seja, para atingir um consumo desse nível, a pessoa teria que consumir 14 latinhas de refrigerante por dia, o que é muito elevado”, ressalta. No entanto, Basualdo alerta: “O uso deve ser minimizado ou descontinuado em pessoas com histórico de câncer familiar, em crianças, gestantes e lactantes de forma geral”, destaca.

 

Benefícios e desvantagens

 

Para Atalla, o consumo de aspartame pode ser benéfico para quem busca controlar a ingestão de calorias e açúcares em sua dieta. “Para quem procura um processo de manutenção ou perda de peso, pode ser uma ferramenta”, indica. 

 

Com relação à desvantagem, Atalla cita duas questões importantes: “Primeiro, o consumo abusivo de aspartame. Não sabemos ao certo, a longo prazo, quais serão os seus efeitos. Em segundo lugar, quando muitas pessoas consomem produtos adoçados com adoçantes, seja o aspartame ou qualquer outro, acabam tendo a falsa sensação de que não engorda e, consequentemente, comem mais. No entanto, isso não é verdade, pois muitos produtos contêm calorias provenientes de gordura, proteína e carboidrato, mesmo que sejam adoçados com aspartame”, alerta. 

 

Portanto, é importante ficar atento a essas questões ao utilizar esse tipo de adoçante.

 

Principais produtos com aspartame

 

  • Adoçantes líquidos ou em pó: podem ser adicionados a bebidas e alimentos, como chás, bolos, cafés, pães e sucos;

 

  • Goma de mascar dietética: algumas podem utilizar aspartame como adoçante;

 

  • Refrigerantes: certos refrigerantes com redução de açúcar podem conter aspartame como adoçante;

 

  • Bebidas isotônicas e energéticas: algumas podem ser adoçadas com aspartame;

 

  • Bebidas com gás: podem conter aspartame como adoçante; 

 

  • Águas com sabor: algumas águas com sabor podem ser adoçadas com aspartame;

 

  • Sucos: certos sucos com redução de açúcar podem conter aspartame como adoçante;

 

  • Chás: algumas bebidas de chá prontas podem ser adoçadas com aspartame;

 

  • Iogurtes e laticínios: produtos lácteos podem utilizar aspartame como adoçante;

 

  • Pães: alguns pães com redução de açúcar podem conter aspartame;

 

  • Biscoitos: certos biscoitos com redução de açúcar podem ser adoçados com aspartame;

 

  • Bolos: bolos com redução de açúcar podem conter aspartame;

 

  • Gelatinas: aquelas com redução de açúcar podem utilizar aspartame como adoçante; 

 

  • Pudins: com redução de açúcar podem conter aspartame;

 

  • Balas e chicletes: alguns podem ser adoçados com aspartame;

 

  • Sobremesas dietéticas: sorvetes e mousses dietéticos podem utilizar aspartame como adoçante;

 

  • Barras de cereais: algumas barras de cereais com redução de açúcar podem conter aspartame;

 

  • Achocolatados: certos achocolatados podem ser adoçados com aspartame;

 

  • Bebidas em pó: achocolatados e refrescos em pó podem conter aspartame;

 

  • Compotas e geleias: algumas compotas e geleias com redução de açúcar podem conter aspartame;

 

  • Leite condensado diet: o leite condensado dietético pode utilizar aspartame para reduzir o teor de açúcar;

 

  • Molhos e temperos: certos molhos e temperos podem conter aspartame como adoçante;

 

  • Suplementos alimentares: alguns suplementos, como shakes e barrinhas de proteína, podem ser adoçados com aspartame;

 

  • Medicamentos e xaropes: alguns medicamentos e xaropes podem conter aspartame para melhorar o sabor e tornar mais agradável a administração;

 

  • Bebidas alcoólicas: bebidas alcoólicas com redução de açúcar podem conter aspartame.

 

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