Qual é a melhor atividade física para quem tem depressão?

A integração de atividades físicas ao tratamento convencional da depressão é altamente benéfica

29 de setembro de 2023 - às 12h33 (atualizado em 28/11/2023, às 12h40)

Casal de idosos caminha no parque
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A prática regular de atividades físicas é fundamental para quem sofre com a depressão. Quando as pessoas que enfrentam essa condição incluem o exercício em sua rotina, podem experimentar melhorias significativas em seu bem-estar mental.  É o que indica a pesquisa Benefícios da atividade física e do exercício físico na depressão, publicada na Revista do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF). O exercício promove a liberação de endorfinas, substâncias químicas naturais do corpo conhecidas por aliviar os sintomas depressivos e elevar o ânimo. Para aqueles que buscam a melhor atividade física para quem tem depressão, a psicóloga Lizandra Arita indica as aeróbicas. “As mais indicadas são a caminhada e a corrida. Por se tratar de uma atividade física de alta intensidade, auxilia na produção de monoaminas cerebrais e pode promover o alívio de sintomas da depressão. A musculação também tem se mostrado eficaz, uma vez que a prática libera a serotonina, um neurotransmissor responsável pela regulação das funções dos seres humanos, como o humor, libido, sono, frequência cardíaca, entre outros”, destaca. No entanto, Adriano Aparecido da Silva, mestre em Bioengenharia e Coach trainer, ressalta a importância da pessoa explicar seu quadro de saúde para o instrutor ou professor. “Elas devem, inicialmente, comunicar ao profissional que irá orientá-los nos exercícios, uma vez que isso tornará o treinamento mais adequado ao tratamento. Muitos deles enfrentam o receio de compartilhar sua condição devido à preocupação com a opinião alheia”, pontua.

 

Arita explica que o exercício físico é uma ótima ferramenta para liberar alguns neurotransmissores, que auxiliam no equilíbrio cerebral para combater a depressão. “Durante a prática de atividade física, a endorfina, serotonina, dopamina, entre outros neurotransmissores, são liberados e trazem como consequência a regulação do bem-estar físico e mental, como o bom humor, melhor concentração, melhora das funções cognitivas cerebrais e maior controle sobre o corpo”, afirma.

 

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e A Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofrem com depressão. 

 

Integração de atividades físicas ao tratamento convencional da depressão

 

De acordo com Arita, a integração de atividades físicas ao tratamento convencional da depressão é altamente benéfica. “A estratégia envolve uma avaliação inicial da condição física e emocional do paciente, o estabelecimento de metas pessoais relacionadas à atividade física, a escolha de uma atividade preferida, a criação de um plano de exercícios personalizado e o contínuo apoio”, indica. No entanto, ela ressalta que o exercício é um complemento à terapia convencional. “Contribui para a redução dos sintomas da depressão, fornecendo benefícios como a liberação de endorfinas, melhora do sono e redução do estresse. É essencial adaptar o plano de exercícios às necessidades individuais e promover a aderência, garantindo acompanhamento regular e ajustes conforme necessário”, destaca. 

 

Atividades físicas para quem tem depressão

 

  • Caminhada: é uma atividade física de baixa intensidade, acessível e fácil de incorporar à rotina diária. Ela ajuda a aumentar a produção de monoaminas cerebrais, como a serotonina, que desempenham um papel importante na regulação do humor. Caminhar ao ar livre também pode proporcionar um ambiente tranquilo e relaxante, o que é benéfico para quem lida com a depressão;

 

  • Corrida: é uma atividade física aeróbica de alta intensidade que também auxilia na produção de monoaminas cerebrais. Correr pode ser uma opção para aqueles que desejam um desafio físico maior. No entanto, é importante começar com um ritmo adequado e ajustado às condições individuais para evitar lesões;

 

  • Musculação: é uma atividade que envolve o treinamento com pesos ou máquinas. Ela tem se mostrado eficaz no combate à depressão, uma vez que a prática libera a serotonina, um neurotransmissor crucial para a regulação do humor e de diversas funções humanas. Além disso, o treinamento de força pode contribuir para a melhoria da autoestima, o que é importante para quem enfrenta a depressão.

 

É importante lembrar que a escolha da atividade física deve ser adaptada às preferências e condições individuais. O acompanhamento de um profissional de saúde ou treinador pessoal é fundamental para criar um plano de exercícios seguro e adequado às necessidades de cada pessoa.

 

Atividades que previnem e combatem a depressão

 

  • Esportes Coletivos (basquete, vôlei, futebol e beisebol):  esses esportes envolvem interações sociais significativas, o que é fundamental para combater o isolamento frequentemente associado à depressão. O trabalho em equipe, a camaradagem e o apoio dos colegas de equipe podem melhorar o bem-estar emocional. Além disso, a atividade física envolvida nesses esportes promove a liberação de endorfinas, ajudando a aliviar os sintomas depressivos;

 

  • Ciclismo: é uma atividade aeróbica que pode ser praticada em diferentes níveis de intensidade. Ele oferece a oportunidade de estar ao ar livre, em contato com a natureza, o que pode ser benéfico para o estado emocional. O ciclismo regular ajuda a melhorar o condicionamento físico e contribui para a redução do estresse e da ansiedade;

 

  • Exercícios aeróbicos ou de ginástica: dança, aeróbica, spinning e natação, são excelentes para elevar a frequência cardíaca e melhorar o condicionamento físico. Esses exercícios promovem a liberação de endorfinas e contribuem para a melhoria do humor. A variedade de opções permite que as pessoas escolham atividades que se adaptem às suas preferências;

 

  • Ioga, golfe e outras atividades de menor impacto: são ideais para pessoas que preferem exercícios de menor impacto nas articulações. A ioga, por exemplo, combina movimentos suaves, técnicas de respiração e meditação, proporcionando relaxamento e alívio do estresse. O golfe, enquanto esporte de baixo impacto, incentiva a concentração e o contato com a natureza, o que pode ser benéfico para o bem-estar emocional;

 

  • Caminhadas e corridas: são atividades simples e acessíveis que podem ser realizadas em ambientes externos. Elas são eficazes na liberação de endorfinas e na melhoria do condicionamento físico;

 

  • Esportes de inverno ou aquáticos: esqui e snowboard, e atividades aquáticas, como natação, hidroginástica e surfe, oferecem a vantagem adicional de estar em contato com elementos naturais, seja a neve ou a água. Isso pode proporcionar uma sensação de aventura e prazer, ajudando a elevar o ânimo.

 

 

 

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