Diabetes: o que é, tipos, sintomas, causas e tratamentos

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas com diabetes, o que representa 6,9% da população nacional

7 de agosto de 2023 - às 09h56 (atualizado em 28/11/2023, às 17h23)

mãos de enfermeira fazem teste de diabetes em mãos de paciente
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

O diabetes, também chamado de diabetes mellitus, é uma doença que acontece quando o corpo não produz insulina suficiente ou não a utiliza corretamente. A insulina é um hormônio importante, produzido no pâncreas, que ajuda a controlar o nível de açúcar no sangue e garante que o corpo tenha energia para funcionar bem. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas com diabetes, o que representa 6,9% da população nacional. A melhor forma de prevenir o diabetes é praticando atividades físicas regularmente e mantendo uma alimentação saudável. É o que indica Nicolle Queiroz, médica cardiologista, professora da Universidade Nove de Julho. “A atividade física é responsável por estimular o consumo da glicose que está em excesso no caso dos pacientes diabéticos, fornecendo energia para o organismo. Quando uma pessoa se exercita, ela naturalmente precisa de mais energia, e essa demanda é suprida pela utilização da glicose. Dessa forma, a prática regular de atividades físicas ajuda a regular os níveis de glicemia no sangue, contribuindo para o controle da doença. Aliada a uma alimentação saudável e equilibrada, a atividade física torna-se ainda mais eficaz no manejo do diabetes, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos pacientes”, afirma.

 

Principais tipos de diabetes

 

Diabetes tipo 1

 

Queiroz explica que Diabetes tipo 1 é quando as células do pâncreas são alteradas desde o nascimento, causando sua destruição. “Isso leva a um problema na produção de insulina, resultando em níveis altos de glicose no sangue”, explica.  

 

De acordo com o Ministério da Saúde, o diabetes tipo 1 é uma doença crônica não transmissível e hereditária, que afeta entre 5% e 10% dos diabéticos no Brasil. Embora seja mais comum em adultos, também pode ocorrer em crianças. O tratamento envolve o uso diário de insulina ou outros medicamentos para controlar a glicose no sangue. A causa exata ainda não é conhecida, mas é importante que pessoas com histórico familiar da doença façam exames regulares para acompanhar a glicemia. Para prevenir o diabetes tipo 1, é fundamental adotar um estilo de vida saudável, incluindo alimentação adequada, prática de atividades físicas e evitar o consumo de álcool, tabaco e outras drogas.

 

Diabetes tipo 2

 

Diabetes tipo 2 é uma condição em que o corpo não usa adequadamente a insulina produzida, levando a níveis elevados de açúcar no sangue. É associado ao sobrepeso, sedentarismo e hábitos alimentares inadequados. O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, acompanhamento médico e, em alguns casos, medicamentos. Controle adequado e cuidados preventivos são essenciais para uma vida saudável.

 

Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA)

 

A LADA é uma variante do diabetes que afeta principalmente adultos e representa um agravamento do diabetes tipo 2. Nesse caso, o organismo desenvolve um processo autoimune no qual as células do pâncreas são atacadas. Essa condição requer atenção médica adequada para o tratamento e controle do diabetes.

 

Pré-diabetes tipo 2

 

Pré-diabetes ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos que o normal, mas ainda não são suficientemente elevados para serem classificados como diabetes tipo 1 ou tipo 2. Geralmente, é um sinal de alerta em pessoas com sobrepeso, hipertensão ou problemas nos lipídios (moléculas orgânicas). Essa fase é crucial, pois é a oportunidade de agir antes que se desenvolva o diabetes com complicações graves, como o risco de infarto. No entanto, aproximadamente metade das pessoas com pré-diabetes acabam progredindo para a doença. Mudanças na alimentação e exercícios são essenciais para controlar essa condição com sucesso.

 

Diabetes Gestacional

 

Segundo o Ministério da Saúde, a diabetes gestacional afeta entre 2% e 4% de todas as grávidas e pode aumentar o risco de desenvolver diabetes posteriormente, tanto para a mãe quanto para o bebê. 

A diabetes gestacional ocorre temporariamente durante a gravidez. As taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas ainda abaixo do valor para ser classificado como diabetes tipo 2. É importante que toda gestante faça o exame de diabetes, regularmente, durante o pré-natal. Mulheres com a doença têm maior risco de complicações durante a gravidez e o parto.

 

Sintomas de diabetes

 

Os principais sintomas do diabetes são a fome e sede excessivas, além da vontade de urinar várias vezes ao dia. Vale ressaltar que os sintomas podem variar conforme o tipo de diabetes, de acordo com o Ministério da Saúde.

 

Diabetes Tipo 1

 

  • Fome frequente: as pessoas com Diabetes Tipo 1 podem sentir fome mais frequentemente do que o normal, mesmo após terem se alimentado;

 

  • Sede constante: a sensação de sede é persistente e intensa, levando a pessoa a beber grandes quantidades de água;

 

  • Vontade de urinar diversas vezes ao dia: o aumento da ingestão de líquidos devido à sede excessiva leva a uma maior frequência de idas ao banheiro para urinar;

 

  • Perda de peso: uma das características do Diabetes Tipo 1 é a perda de peso inexplicável, apesar de estar comendo mais. Isso ocorre porque o organismo não está utilizando adequadamente a glicose como fonte de energia;

 

  • Fraqueza: a falta de energia causada pela incapacidade do corpo de utilizar a glicose corretamente pode levar à sensação de fraqueza e cansaço;

 

  • Fadiga: além da fraqueza física, a fadiga é comum em pessoas com Diabetes Tipo 1 devido aos desequilíbrios metabólicos;

 

  • Mudanças de humor: a flutuação dos níveis de glicose no sangue pode afetar o humor, causando irritabilidade e alterações emocionais;

 

  • Náusea e vômito: em casos mais graves de Diabetes Tipo 1, especialmente quando não diagnosticado e tratado adequadamente, podem ocorrer episódios de náusea e vômito.

Diabetes Tipo 2

 

  • Fome frequente: pessoas com Diabetes Tipo 2 podem sentir fome de forma mais recorrente, mesmo após as refeições, devido à dificuldade do organismo em utilizar a glicose como fonte de energia;

 

  • Sede constante: a sensação de sede é persistente e intensa, pois o aumento dos níveis de glicose no sangue faz com que o corpo tente eliminar o excesso de açúcar através da urina, resultando em desidratação;

 

  • Formigamento nos pés e mãos: esse sintoma ocorre devido ao comprometimento dos nervos periféricos causado pelo descontrole dos níveis de glicose no sangue;

 

  • Vontade de urinar diversas vezes: a alta concentração de glicose no sangue faz com que os rins trabalhem em excesso para filtrar o açúcar, levando a um aumento da frequência urinária;

 

  • Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele: o excesso de glicose na urina e no sangue pode criar um ambiente propício para o crescimento de bactérias e fungos, aumentando a incidência de infecções;

 

  • Feridas que demoram para cicatrizar: o Diabetes Tipo 2 pode prejudicar a circulação sanguínea e a capacidade do organismo de se curar, levando a feridas que demoram mais tempo para cicatrizar;

 

  • Visão embaçada: a alta glicose no sangue pode afetar os vasos sanguíneos dos olhos, causando a visão embaçada ou turva.

 

Fatores de risco

 

  • Diagnóstico de pré-diabetes: refere-se a níveis de glicose no sangue mais altos do que o normal, mas ainda não suficientemente elevados para serem classificados como diabetes. É um sinal de alerta de que a pessoa pode desenvolver diabetes no futuro;

 

  • Pressão alta: a pressão arterial elevada aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2, pois está associada à resistência à insulina, que é uma característica dessa condição;

 

  • Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue: níveis elevados de colesterol ou triglicérides podem contribuir para a resistência à insulina e aumentar o risco de diabetes;

 

  • Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura: o excesso de peso, especialmente na região abdominal, está associado a uma maior probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2;

 

  • Histórico familiar: ter pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes aumenta o risco de desenvolver a doença, indicando uma predisposição genética;

 

  • Doenças renais crônicas: problemas nos rins podem afetar o processamento da glicose no corpo, aumentando a probabilidade de diabetes;

 

  • Diabetes gestacional: ter desenvolvido diabetes durante a gravidez aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde na vida;

 

  • Síndrome de ovários policísticos: é uma condição hormonal que pode causar resistência à insulina, elevando o risco de diabetes;

 

  • Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão e transtorno bipolar: algumas condições de saúde mental podem estar associadas a um maior risco de diabetes;

 

  • Apneia do sono: distúrbios respiratórios durante o sono, como a apneia, têm sido associados à resistência à insulina e ao diabetes;

 

  • Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides: alguns medicamentos, como corticosteroides, podem aumentar a resistência à insulina e influenciar no desenvolvimento do diabetes.

 

Tratamento

 

O Ministério da Saúde indica os seguintes tratamentos para os tipos de diabetes:

 

Tipo 1

 

  • Os pacientes que apresentam diabetes do Tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores considerados normais. Para essa medição, é aconselhável ter em casa um aparelho, chamado glicosímetro, que será capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue durante o dia-a-dia do paciente;

 

  • Os médicos recomendam que a insulina deve ser aplicada diretamente na camada de células de gordura, logo abaixo da pele. Os melhores locais para a aplicação de insulina são barriga, coxa, braço, região da cintura e glúteo;

 

  • Além de prescrever injeções de insulina para baixar o açúcar no sangue, alguns médicos solicitam que o paciente inclua, também, medicamentos via oral em seu tratamento, de acordo com a necessidade de cada caso.

 

Tipo 2

 

Já para os pacientes que apresentam diabetes Tipo 2, o tratamento consiste em identificar o grau de necessidade de cada pessoa e indicar, conforme cada caso, os seguintes medicamentos/técnicas:

 

  • Inibidores da alfaglicosidase: impedem a digestão e absorção de carboidratos no intestino;

 

  • Sulfonilureias: estimulam a produção pancreática de insulina pelas células;

 

  • Glinidas: agem também estimulando a produção de insulina pelo pâncreas.

 

O Diabetes Tipo 2 normalmente vem acompanhado de outros problemas de saúde, como obesidade, sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados e hipertensão. Por isso, é essencial manter acompanhamento médico para tratar, também, dessas outras doenças, que podem aparecer junto com o diabetes.

 

 

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