Teste do pezinho: detecção precoce de doenças em recém-nascidos

O teste do pezinho, também conhecido como triagem neonatal, é um dos exames mais importantes a serem realizados em recém-nascidos entre o terceiro e quinto dia de vida. Segundo Thaisa Lucktemberg, Supervisora Operacional Neonatal do DB Diagnósticos, ele é considerado essencial porque tem a capacidade de detectar uma série de doenças raras que, se encontradas nos primeiros dias de vida, podem fazer diferença no desenvolvimento saudável da criança. “É um exame de prevenção fundamental para a saúde do bebê e tem como principal objetivo diagnosticar e tratar precocemente doenças metabólicas, enzimáticas, endócrinas, genéticas e/ou infecciosas que podem causar deficiência intelectual, deficiência física, entre outros danos à saúde da criança, se não forem tratadas desde seus primeiros dias de vida”, destaca.  

 

Lucktemberg explica que o exame é realizado nesses primeiros dias de vida do bebê porque neste intervalo, o recém-nascido já foi alimentado o suficiente para evitar falsos-negativos nas doenças dependentes da amamentação. As condições investigadas por este teste, muitas vezes, ainda não apresentam sintomas nos primeiros 28 dias de vida, o que pode levar a complicações graves e até mesmo impactar permanentemente a saúde do bebê. Porém, se essas doenças forem tratadas a tempo, muitas delas não deixam sequelas, proporcionando uma melhoria significativa na qualidade de vida das crianças afetadas. Até maio de 2022, o teste cobria seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. No entanto, a nova Lei no 14.154 ampliou o escopo do teste do pezinho para rastrear até 50 doenças, tornando-o acessível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

 

Dados do Ministério da Saúde apontam aproximadamente 13 milhões de pacientes com doenças raras e 30% delas chegando a óbito antes de completarem cinco anos de idade. O atraso do diagnóstico nesses casos é um dos fatores que contribui para esse cenário.

 

Como é feito o teste do pezinho?

 

De acordo com Lucktemberg, o exame é realizado através de algumas gotinhas de sangue do calcanhar em um papel filtro específico. Ela explica que o exame é feito neste local porque nele estão presentes muitos vasos sanguíneos, o que facilita o acesso ao sangue do bebê. A coleta é feita pela própria maternidade, antes da alta hospitalar, pelas Unidades Básicas de Saúde ou em laboratórios particulares.

 

Resultado e procedimentos

 

Segundo  Lucktemberg, se houver resultado positivo, os pais do bebê serão contatados e orientados a realizar novos exames. “O objetivo do teste de triagem neonatal é detectar se o bebê é suspeito de ser portador de alguma das doenças investigadas. Um resultado alterado não significa um diagnóstico. Nesses casos, será realizada uma nova coleta para confirmação do resultado. Sendo verificada alguma alteração no teste, exames específicos serão realizados para confirmar ou excluir a doença, sempre com a indicação e acompanhamento médico”, pontua. 

 

Recomendações

 

Lucktemberg ressalta que todos os bebês têm o direito e devem realizar o teste do pezinho. Ela explica que se por algum motivo especial, não puder ser realizado no período recomendado, deve ser feito em até 30 dias após o nascimento para se minimizar possíveis prejuízos no atraso do início do tratamento. 

 

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