Reposição hormonal: benefícios, riscos e alternativas

Reposição hormonal alivia desconfortos da menopausa em mulheres e contribui para o tratamento de questões da andropausa em homens

31 de agosto de 2023 - às 16h26 (atualizado em 28/11/2023, às 17h02)

Homem maduro enxuga o suor da testa
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A reposição hormonal é um tratamento médico que visa restaurar os níveis hormonais no corpo. De acordo com Loreta Canivilo, médica ginecologista, obstetra e especialista em reposição hormonal feminina, são utilizados hormônios bioidênticos, que têm a mesma composição química dos hormônios naturais. “Esse tratamento é indicado para aliviar desconfortos da menopausa e tratar doenças ginecológicas em mulheres, e para tratar a andropausa, hipogonadismo e disfunção erétil em homens”, explica. Alexandre Silva, ginecologista e obstetra, destaca que a reposição hormonal “melhora a disposição e a libido em homens e reduz o risco cardiovascular e a osteoporose em mulheres”.

Como é realizada a reposição hormonal 

Canivilo ressalta que a escolha do tipo de terapia e a forma de administração devem ser feitas com a orientação e prescrição de um profissional de saúde. “A dosagem precisa ser cuidadosamente ajustada para atender às necessidades individuais e monitorada regularmente para garantir eficácia e minimizar riscos”, pontua.

Ela  destaca que cada pessoa é única, e a abordagem de reposição hormonal deve ser personalizada com base nas características e histórico médico do paciente. 

Segundo Canivilo, os principais hormônios utilizados na reposição são o estrogênio e a progesterona, mas em alguns casos a testosterona e a gestrinona também podem ser utilizados.

Mulheres

Terapia de Reposição Hormonal (TRH) com Estrogênio e Progesterona

Geralmente usada durante a menopausa para aliviar sintomas como ondas de calor, secura vaginal e alterações de humor. Pode ser administrada de várias formas:

  • Pílulas: Comprimidos orais que contêm estrogênio e progesterona;
  • Adesivos transdérmicos: Patches adesivos aplicados na pele que liberam gradualmente os hormônios;
  • Géis ou cremes: Aplicados na pele, permitindo que os hormônios sejam absorvidos diretamente;
  • Anéis vaginais: Um anel flexível inserido na vagina que libera hormônios gradualmente.

Terapia de Reposição Hormonal com Estrogênio (TER) em Mulheres 

Histerectomizadas

  • Mulheres que passaram por uma histerectomia (remoção do útero) podem receber apenas estrogênio para aliviar os sintomas da menopausa.

Homens

Terapia de Reposição de Testosterona (TRT)

Usada para tratar os sintomas da baixa testosterona, como fadiga, perda de massa muscular e redução da libido. Pode ser administrada de diversas maneiras:

  • Injeções: Injeções regulares de testosterona em músculos grandes;
  • Géis ou cremes: Aplicados na pele, permitindo que a testosterona seja absorvida diretamente;
  • Adesivos transdérmicos: Patches adesivos aplicados na pele;
  • Implantes subcutâneos: Pequenos implantes sob a pele que liberam testosterona gradualmente;
  • Comprimidos: Embora menos comuns, existem comprimidos de testosterona disponíveis em algumas regiões.

Terapia de Reposição de Hormônio de Crescimento (GH)

Em casos raros de deficiência grave de hormônio de crescimento, a reposição pode ser feita através de injeções de hormônio de crescimento sintético.

Benefícios da reposição hormonal

  • Diminuição no risco de sofrer fraturas ósseas;
  • Colabora na diminuição do risco do desenvolvimento de Alzheimer;
  • Reduz as oscilações bruscas de humor e melhora os sintomas da depressão;
  • Melhora da qualidade do sono em mulheres que sofrem com os suores noturnos;
  • Redução das ondas de calor;
  • Melhora no aspecto da pele;
  • Aumenta a lubrificação vaginal e a libido feminina;
  • Melhora a disposição;
  • Evita e trata a queda capilar;
  • Pode melhorar a qualidade de vida e bem-estar geral de algumas pessoas;

Resposição hormonal: riscos e efeitos colaterais

Canivilo destaca alguns riscos e efeitos colaterais possíveis:

Mulheres

  • Câncer de mama: o uso prolongado de terapias de reposição hormonal com estrogênio e progesterona pode aumentar o risco de câncer de mama em algumas mulheres;
  • Câncer de endométrio: terapias que contêm apenas estrogênio (usadas em mulheres que já fizeram histerectomia) podem aumentar o risco de câncer de endométrio;
  • Coágulos sanguíneos: a reposição hormonal, especialmente se administrada via oral, pode aumentar o risco de coágulos sanguíneos, como trombose venosa profunda ou embolia pulmonar; 
  • Doenças cardiovasculares: algumas formas de reposição hormonal podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, incluindo acidente vascular cerebral e ataque cardíaco.

Homens

  • Câncer de próstata: a reposição de testosterona pode acelerar o crescimento de tumores de próstata existentes ou aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de próstata;
  • Distúrbios cardíacos: alguns estudos sugeriram um possível aumento do risco de problemas cardíacos em homens que fazem reposição de testosterona, embora os resultados sejam conflitantes;
  • Efeitos no colesterol: a reposição de testosterona pode afetar os níveis de colesterol, podendo aumentar o colesterol LDL (ruim) e diminuir o HDL (bom);
  • Agressividade e mudanças de comportamento: alguns homens podem experimentar mudanças de humor, agressividade ou irritabilidade como resultado da reposição de testosterona;
  • Redução dos testículos: a longo prazo, a reposição de testosterona pode suprimir a produção natural de hormônios nos testículos, resultando na atrofia testicular.

Alternativas à reposição hormonal

Existem algumas alternativas que podem ser consideradas, segundo Canivilo:

  • Mudanças no estilo de vida: adotar um estilo de vida saudável pode ajudar a aliviar muitos sintomas associados à deficiência hormonal. Isso inclui uma dieta equilibrada, exercícios regulares, gerenciamento do estresse e sono adequado; 
  • Suplementação nutricional: algumas vitaminas e minerais estão associados ao equilíbrio hormonal. Consulte um profissional de saúde antes de tomar qualquer suplemento para garantir que você está tomando a dosagem correta e que é apropriado para a sua situação;
  • Fitoterapia: alguns suplementos à base de plantas, como a maca peruana, o trevo vermelho e o óleo de prímula, são usados para aliviar sintomas da menopausa, por exemplo. No entanto, é importante conversar com um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tratamento à base de plantas;
  • Terapias alternativas: Acupuntura, ioga e meditação são algumas das opções.

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