Parkinson: o que é, fatores de risco e tratamento

O Parkinson é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central. Segundo Vanessa Loyola, médica neurologista na Kora Saúde, ela é causada pela morte dos neurônios dopaminérgicos, que contém dopamina no cérebro. “Com a baixa desse neurotransmissor, o controle motor do paciente fica prejudicado”. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), os principais sintomas são tremores, lentidão motora, rigidez nas articulações e desequilíbrio. À medida que a faixa etária aumenta, cresce também a incidência da doença de Parkinson. A Organização Mundial da Saúde (OMS) salienta que na grande maioria, ela surge a partir dos 55, 60 anos e sua prevalência aumenta a partir dos 70, 75 anos. 

No entanto, dados da Fundação Michael J. Fox, que financia pesquisas nesse campo, indicam que aproximadamente 20% dos casos de doença de Parkinson podem afetar também os jovens. Elas são identificadas como pessoas com Doença de Parkinson de Início Jovem (YOPD) e frequentemente enfrentam um caminho mais longo até obterem o diagnóstico preciso da doença devido à idade.

Estudos da revista Parkinsonism & Related Disorders mostram que os sintomas geralmente são parecidos, como rigidez muscular, movimentos lentos e tremores. O que diferencia é que na YOPD, costumam ter mais movimentos involuntários (discinesias) e contrações musculares ( distonias). Além disso, há menos problemas de memória e de equilíbrio.

Loyola destaca que o Parkinson não tem cura, mas há tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida da pessoa com essa condição.

A OMS alerta que o Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente no mundo, atrás do Alzheimer. Além dos sintomas motores, pode provocar alterações intestinais, do sono, do humor e urgência urinária. A OMS destaca que cerca de 4 milhões de pessoas no mundo vivem com a doença, sendo aproximadamente 200 mil no Brasil. 

Fatores de risco

A neurologista explica que as causas exatas da doença de Parkinson ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores desempenha papel importante no seu desenvolvimento. Ela cita os principais associados ao aumento do risco da doença. 

• Exposição a toxinas ambientais: refere-se à possibilidade de estar exposto a substâncias químicas presentes no ambiente, como pesticidas, herbicidas, poluentes atmosféricos e outros produtos químicos industriais. Essas substâncias podem afetar o sistema nervoso e aumentar o risco de desenvolver a doença de Parkinson;
• Histórico familiar da doença: ter histórico familiar de Parkinson significa que há casos da doença entre parentes de primeiro grau, como pais, irmãos ou filhos. Isso sugere uma predisposição genética para a condição, indicando que certos genes podem estar envolvidos no desenvolvimento da doença;
• Idade avançada: o envelhecimento é um fator de risco conhecido para o Parkinson. À medida que envelhecemos, as células nervosas do cérebro tendem a deteriorar-se gradualmente, o que pode aumentar a vulnerabilidade;
• Genes associados à doença, especialmente em casos de Parkinson juvenil: Existem certas variações genéticas que podem aumentar a probabilidade de desenvolver Parkinson. Em casos de Parkinson juvenil, que ocorre em pessoas com menos de 40 anos, a influência genética é particularmente relevante;
• Certos inseticidas: produtos químicos específicos, como alguns inseticidas, foram associados a um maior risco de Parkinson. Estudos indicam que a exposição a esses produtos químicos pode desempenhar um papel na progressão da doença.

Sintomas comuns

• Rigidez muscular: sensação de tensão e rigidez nos músculos, dificultando os movimentos;
• Tremores em repouso: movimentos rítmicos e involuntários, mais perceptíveis quando a pessoa está em repouso. Embora presentes em todas as idades, podem ser mais comuns em jovens;
• Bradicinesia (movimentos lentos e diminuídos): lentidão nos movimentos e dificuldade em iniciar e realizar atividades voluntárias;
• Instabilidade postural e distúrbios da marcha: dificuldades em manter o equilíbrio e a coordenação dos movimentos, aumentando o risco de quedas;
• Alterações do olfato: diminuição ou perda do olfato, podendo ser um sintoma precoce da doença, especialmente em jovens;
• Alterações cognitivas: problemas de memória e concentração são menos comuns em jovens, mas ainda podem estar presentes;
• Distonia: contrações musculares involuntárias que podem causar torção ou movimentos repetitivos, sendo mais prevalentes em jovens com Parkinson.

Tratamento

Segundo a médica neurologista, o tratamento para a doença de Parkinson envolve cuidados de diferentes profissionais e medicamentos. “Isso inclui o uso de remédios, fisioterapia, fonoaudiologia, apoio psicológico e nutricional, além de incentivo à prática de exercícios físicos.”, pontua. Ela ressalta que embora não haja cura para a doença, os medicamentos ajudam a controlar os sintomas, especialmente os que substituem a dopamina. No entanto, Vanessa salienta que em alguns casos, pode ser necessário fazer cirurgia, como a implantação de um marca-passo cerebral profundo. 

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