Obesidade mórbida: consequências e tratamentos

Descubra os riscos da obesidade, como calcular e explore estratégias de tratamento

15 de abril de 2024 - às 11h44 (atualizado em 15/4/2024, às 11h45)

Mulher obesa conversando com uma médica
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade ocorre quando há desequilíbrio entre a quantidade de energia consumida e a utilizada pelo corpo, favorecendo o acúmulo de gordura. Em termos mais simples, a obesidade acontece quando se consome mais calorias do que o corpo gasta, levando ao acúmulo de gordura. De acordo com a OMS, uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) ultrapassa 30. A condição traz consigo uma série de riscos à saúde que impactam na qualidade de vida. Além de aumentar as chances de desenvolver doenças como diabetes, doenças cardíacas e hipertensão, ela também está associada a problemas nas articulações, distúrbios respiratórios e certos tipos de câncer. Quando a obesidade atinge um estágio mais grave, é denominada obesidade mórbida.

Tatiane Vanessa de Oliveira, professora e pesquisadora do curso de bacharelado em nutrição do Centro Universitário SENAC, explica que a obesidade mórbida também é denominada de obesidade grau III. “É caracterizada por um IMC igual ou superior a 40, ou um IMC superior a 35 em combinação com doenças médicas relacionadas. Representa riscos maiores para a saúde”, alerta.

Graus de obesidade

Peso normal: IMC entre 18.0 a 24,9 kg/m2

Sobrepeso: IMC entre 25.0 a 29,9 kg/m2

Obesidade grau 1: IMC entre 30.0 – 34.9 kg/m2;

Obesidade grau 2: IMC entre 35.0 – 39.9 kg/m2;

Obesidade grau 3 ou obesidade mórbida: IMC igual ou superior 40 kg/m2.

Como fazer o cálculo do IMC?

Fazer o cálculo do IMC é bem fácil. Primeiro, multiplique o valor da altura (em metros) por ele mesmo. Por exemplo, se a pessoa medir 1,60 metros, o cálculo será:

1,6 x 1,6 = 2,56

Em seguida, é hora de trazer o peso para a equação. Ele deverá ser dividido pelo valor obtido acima. Pensando no mesmo exemplo anterior, se o seu peso for 60 quilos, a conta será: 60 ÷ 2,56 = 23,43

Riscos associados à obesidade mórbida

Oliveira explica os principais riscos que a obesidade mórbida traz para a saúde. Isso inclui problemas no coração, diabetes mais grave, dificuldades para respirar, dores articulares intensas, entre outros:

  • Doenças crônicas não transmissíveis: a obesidade mórbida está diretamente ligada a uma maior incidência de doenças crônicas não transmissíveis, incluindo problemas metabólicos como diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemias;
  • Complicações cardiovasculares: a carga adicional sobre o sistema cardiovascular pode resultar em complicações graves, aumentando o risco de doenças cardíacas e outros problemas circulatórios;
  • Hipertensão arterial sistêmica: a obesidade mórbida é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica, o que pode levar a complicações cardiovasculares;
  • Doenças hepáticas não alcoólicas: o fígado pode ser afetado pela obesidade mórbida, resultando em doenças hepáticas não alcoólicas, como esteatose hepática.
  • Condições como osteoartrites e distúrbios do sono: o peso excessivo pode causar estresse nas articulações, contribuindo para o desenvolvimento de osteoartrites, além de influenciar negativamente os padrões de sono, levando a distúrbios do sono.

Principais tratamentos

Segundo a professora Oliveira, o tratamento da obesidade deve ser determinado de forma individualizada, considerando as comorbidades associadas, sendo essencial uma abordagem multiprofissional e transdisciplinar. Oliveira ressalta que, para esse tipo, inicialmente é recomendada a adoção de hábitos de vida saudáveis, ou seja, mudança de estilo de vida, que consiste em uma alimentação adequada às necessidades do indivíduo e saudável, associada à prática de atividade física e acompanhamento psicológico.

Porém, ela explica que, no caso da obesidade grau III, na maioria das vezes, se faz necessário o uso de tratamento clínico. “Isso inclui medicamentos que auxiliem no controle da ingestão alimentar. Em casos específicos, pode-se ter a indicação da cirurgia bariátrica, conforme critérios estabelecidos que devem ser avaliados por uma equipe multiprofissional, composta minimamente por endocrinologista, gastroenterologista, nutricionista e psicólogos, para identificar os riscos e benefícios e o tipo de cirurgia mais indicada”, salienta.

Dicas de como manter o IMC saudável

  • Conheça suas necessidades calóricas: entenda o número de calorias adequado ao seu corpo e objetivos.Consuma uma diversidade de alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras;
  • Atividades físicas regularmente: combine caminhadas, corridas ou ciclismo com treinos de força para melhorar a saúde cardiovascular e desenvolver massa muscular;
  • Beba água regularmente: hidrate-se com água ao longo do dia para manter o corpo funcionando bem;
  • Priorize boas noites de sono: busque 7-9 horas de sono para otimizar a recuperação e regular hormônios relacionados ao peso;

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