HPV: sintomas, tratamento e prevenção

Saiba por que o HPV pode ser assintomático e como isso afeta sua transmissão e diagnóstico

25 de abril de 2024 - às 07h17 (atualizado em 25/4/2024, às 07h20)

Jovem se vacinando no braço
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Papilomavírus Humano (HPV) é uma infecção que afeta as partes íntimas tanto masculinas quanto femininas. Segundo Andrea Mondadori, ginecologista e obstetra, com mais de 100 tipos diferentes, esse vírus pode infectar a pele, a mucosa oral e as regiões genital e anal. 

No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde  é que existam até 10 milhões de pessoas infectadas pelo Papilomavírus, com 700 mil novos casos por ano. De acordo com o Ministério, o HPV na região genital atinge 54,4% das mulheres e 41,6% dos homens no Brasil. Ela explica que o vírus pode ser assintomático, no entanto, normalmente  surge como verrugas nessas áreas. O HPV é transmitido principalmente durante relações sexuais. A ginecologista ressalta que, na maioria dos casos, o organismo é capaz de combater a infecção em até 24 meses, mas em outras situações permanece no corpo e se manifesta quando a imunidade está comprometida.

O Ministério da Saúde alerta que o HPV é a Infecção Sexualmente Transmissível (IST) mais comum globalmente e está associado a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero e de ânus, bem como a mais da metade dos casos de câncer na vulva, pênis e orofaringe.

Mondadori destaca que há medidas que podem ajudar a reduzir o risco de infecção e complicações, entre elas preservativos utilizados durante as relações sexuais.

O que você precisa saber sobre transmissão de HPV

  • Atividades sexuais: o HPV pode ser transmitido durante qualquer tipo de atividade sexual, incluindo sexo vaginal, anal ou oral. Até mesmo o contato direto da pele com pele, como na masturbação;
  • Autoinoculação: Além do contato sexual, o HPV também pode ser transmitido por contato genital com os dedos (autoinoculação) e, excepcionalmente, durante o parto;
  • Transmissão da mãe para o bebê: em casos raros, uma mãe infectada pode passar o HPV para o bebê durante o parto. Isso pode resultar no desenvolvimento de verrugas nas vias respiratórias do bebê, causando problemas respiratórios;
  • Sem penetração: o vírus pode ser encontrado em diferentes áreas da região genital, como a vulva, o ânus e a bolsa escrotal. Isso significa que o HPV pode ser transmitido mesmo sem penetração;
  • Assintomático, mas contagioso: é importante saber que uma pessoa infectada pode não apresentar sintomas visíveis, mas ainda assim pode passar o vírus para outras pessoas durante o contato íntimo;
  • Risco de exposição: o risco geral estimado para a exposição à infecção pelo HPV é de 15% a 25% a cada nova parceria sexual. Isso significa que a maioria das pessoas sexualmente ativas pode ser infectada em algum momento da vida;
  • Prevalência em mulheres jovens: mulheres no início da atividade sexual e que mantiveram uma única parceria apresentaram um risco de contrair HPV de 28,5% ao final do primeiro ano e de 50% ao final do terceiro ano.

Sintomas do HPV

Mondadori alerta que os primeiros sinais do HPV podem surgir de dois a oito meses após a contaminação pelo vírus, mas em alguns casos, pode levar até 20 anos para aparecer. Ela compartilha os mais comuns:

  • Verrugas genitais: são o sintoma mais comum do HPV. Elas podem se desenvolver na área genital ou anal e aparecem como pequenas protuberâncias ou crescimentos semelhantes a couve-flor. Essas verrugas podem ser únicas ou múltiplas, pequenas ou grandes, planas ou elevadas. Algumas podem ser indolores, enquanto outras podem causar desconforto ou até mesmo sangrar durante a relação sexual ou durante a higiene íntima;
  • Desconforto na região vaginal: pessoas infectadas pelo HPV podem sentir desconforto na região genital, como sensação de queimação, dor ou irritação;
  • Coceira na área genital: coceira persistente na área genital também pode ser um sintoma do HPV;

Diagnóstico do HPV

O diagnóstico do HPV é realizado através de exames clínicos e laboratoriais, conforme explica a ginecologista e obstetra. Ela ressalta que, dependendo do tipo de lesão, se são visíveis ou não a olho nu, o médico pode solicitar diferentes tipos de exames. Entre eles, o exame citológico (Papanicolau), que analisa amostras de células do colo do útero em busca de alterações associadas ao HPV. Além disso, testes de DNA viral podem ser realizados para detectar a presença do vírus. Em casos de lesões suspeitas, a colposcopia permite uma visualização detalhada das áreas afetadas, podendo ser seguida por uma biópsia para confirmação do diagnóstico. 

Medidas para reduzir o risco de infecção

  • Uso de preservativos: utilizar preservativos durante todas as relações sexuais pode reduzir significativamente o risco de contrair o HPV. Embora os preservativos não ofereçam proteção completa, eles ajudam a diminuir a transmissão do vírus;
  • Vacinação: é altamente eficaz na prevenção da infecção pelos tipos de HPV mais comuns associados a verrugas genitais e câncer, quando administrada antes do início da atividade sexual;
  • Exames regulares: realizar exames de rotina, como o papanicolau (pap smear) para mulheres e exames de saúde sexual para homens, pode ajudar na detecção precoce de infecções por HPV e suas complicações, como o câncer cervical;
  • Educação e conscientização: conhecer os fatores de risco, os métodos de prevenção e os sinais de alerta do HPV pode ajudar as pessoas a tomar decisões informadas sobre sua saúde sexual e procurar cuidados médicos quando necessário.
  • Diálogo aberto: ter conversas abertas e honestas com parceiros sexuais sobre histórico médico, testes de ISTs e métodos de prevenção pode promover uma maior conscientização e colaboração na prevenção do HPV e outras infecções.

Esquema vacinal do HPV

O Ministério da Saúde recomenda:

  • Pessoas de 9 a 14 anos de idade, do sexo feminino e masculino, vítimas de violência sexual –  Duas doses conforme o Calendário Nacional de Vacinação de rotina.  As doses devem ter um intervalo de 6 meses;
  • Pessoas de 15 a 45 anos de idade, do sexo feminino e masculino, imunocompetentes e vítimas de violência sexual – Três doses, com um intervalo de 2 meses entre a primeira e a segunda; e de 6 meses, entre a primeira e a terceira. O intervalo para vacinar deve ser de no máximo 6 meses;
  • Pessoas de 15 a 45 anos de idade, do sexo feminino e masculino nas indicações especiais (vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea); pacientes oncológicos; imunossuprimidos (pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos); e  vítimas de violência sexual –  Três doses, com um intervalo de 2 meses, entre a primeira e a segunda; e de seis meses, entre a primeira e a terceira  (0, 2 e 6 meses).

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