Hiperidrose: como identificar, diagnosticar e tratar

Aprenda a reconhecer a hiperidrose, conheça os métodos de diagnóstico e as opções de tratamento, incluindo cirurgia e tratamento psicológico

8 de setembro de 2023 - às 18h02 (atualizado em 28/11/2023, às 17h01)

Mãos de mulher com uma toalha enxuga o suor
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A transpiração excessiva, conhecida como hiperidrose, é caracterizada pelo aumento da sudorese no corpo humano, ou seja, do suor. Essa condição ocorre como parte do mecanismo natural de regulação da temperatura corporal, seja durante atividades físicas vigorosas ou em resposta a condições ambientais quentes. Além disso, situações emocionais, como ansiedade, medo, nervosismo e raiva, também podem desencadear uma produção maior de suor. Ela pode ter causas genéticas ou ser influenciada por fatores externos. Segundo Alexandre Kataoka, cirurgião plástico e perito concursado da Secretaria da Justiça de São Paulo, do Instituto de Medicina Social e Criminologia do Estado de São Paulo, a hiperidrose pode ocorrer devido às atividades excessivas das glândulas responsáveis pelo suor. “É causada por problemas hormonais, emocionais ou fatores hereditários, quando o paciente já possui um histórico familiar. É mais comum nas axilas, palmas das mãos e nos pés, porém, pessoas com essa doença podem sofrer com suor em outras partes do corpo”, destaca.

 

No Brasil, aproximadamente 10,7% da população sofre com suor excessivo, segundo pesquisa do Instituto IPSOS. A axila é a área mais afetada, correspondendo a 43% dos casos. Os sintomas comuns incluem sudorese independente da temperatura, aumento em situações de estresse e início antes dos 25 anos. O estudo revelou ainda que 44% dos afetados não buscam tratamento médico, pois não reconhecem a hiperidrose como uma doença.

 

Hiperidrose: primária e secundária

 

Kataoka distingue dois tipos de hiperidrose: Essencial ou Primária (focal) e Secundária. “A primária é a forma mais comum do problema. Ela afeta as palmas das mãos, as solas dos pés e o rosto. Geralmente se manifesta na infância e pode estar relacionada a histórico familiar. Pessoas com hiperidrose primária não transpiram em momentos de repouso ou sono”, pontua. Já a secundária causa suor generalizado em todo o corpo, mesmo em regiões incomuns. Kataoka explica que ela ocorre na fase adulta e está associada a condições como diabetes, menopausa, hipoglicemia e lesões na medula espinhal. Normalmente faz com que pacientes transpirem durante o sono.

 

Diagnóstico: teste de amido-iodo e o teste de papel

 

O diagnóstico da hiperidrose pode ser feito por meio de diferentes métodos, incluindo o teste de amido-iodo e o teste de papel.

 

Teste de amido-iodo

 

  • Como funciona: é um procedimento simples que ajuda a identificar as áreas do corpo onde ocorre uma maior produção de suor. O amido é um pó branco que reage com o iodo para formar uma coloração azul-escura quando entra em contato com o suor;

 

  • Procedimento: o profissional de saúde aplica uma solução de iodo em uma determinada área do corpo do paciente, geralmente a região onde se suspeita que o suor excessivo seja um problema. Em seguida, polvilha amido sobre a área. O amido reage com o suor e muda de cor, indicando a presença de suor em excesso;

 

  • Interpretação dos resultados: a mudança de cor para azul-escura indica a presença de suor excessivo na área testada, auxiliando no diagnóstico da hiperidrose.

 

Teste de papel

 

  • Como funciona: pode ser realizado de diferentes maneiras, mas geralmente envolve o uso de papel filtro ou papel absorvente para coletar o suor;

 

  • Procedimento: o papel é aplicado na área suspeita de hiperidrose e, ao longo de um período específico, o suor é absorvido pelo papel. Após esse tempo, o papel é removido e pesado para determinar a quantidade de suor produzida;

 

  • Interpretação dos resultados: um aumento significativo no peso do papel absorvente indica a presença de suor excessivo na área testada.

 

É importante notar que esses testes são usados como ferramentas diagnósticas iniciais para avaliar a gravidade da hiperidrose. Em casos mais complexos ou para confirmar o diagnóstico, um médico pode solicitar exames adicionais, como testes de função autonômica ou exames de sangue, para descartar outras possíveis causas do suor excessivo e fornecer um diagnóstico preciso. 

 

Tratamento para suor excessivo: cirurgia ou tratamento psicológico

 

De acordo com Kataoka, o tratamento para hiperidrose pode envolver cirurgia. Ele destaca que atualmente, existem duas abordagens cirúrgicas para tratar essa condição: “A primeira é a lipossucção, que envolve a remoção do tecido subcutâneo, incluindo as glândulas sudoríparas. Geralmente, são necessárias até três sessões para obter resultados positivos, e essa opção só é indicada quando outros métodos não foram bem-sucedidos”, explica. 

 

A segunda abordagem, Kataoka ressalta que é a simpatectomia, uma cirurgia minimamente invasiva realizada por videoendoscopia. “Envolve incisões pequenas e é recomendada principalmente para pessoas que sofrem de hiperidrose em um estágio mais grave, quando outras opções de tratamento não forneceram alívio adequado”. 

 

Além disso, Kataoka pontua que é importante mencionar que a ansiedade também pode ser um fator contribuinte para o suor excessivo. Nesse caso, ele recomenda cuidar da saúde mental. “Problemas psicológicos frequentemente afetam o bem-estar físico, e a ansiedade pode ser tratada com a ajuda de profissionais como psicólogos e psiquiatras e, em alguns casos, com o uso de medicamentos. Quando o suor excessivo é resultado dessa condição emocional, o tratamento psicológico pode levar a melhorias significativas no problema”, afirma. 

 

 

 

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