Exercícios para o cérebro após os 50 anos

Ter a saúde em dia é essencial em todas as fases da vida, mas após os 50 anos é ainda mais importante manter saudável não só o corpo como praticar exercícios para o cérebro também! Para Izabelly Miranda, enfermeira e CEO da Cuidare Brasil, uma das maiores redes de cuidadores de pessoas do país, manter a saúde mental a partir dessa faixa etária requer uma abordagem ativa. “É importante aplicar atividades e exercícios que desafiem e estimulem o cérebro, como quebra-cabeças, palavras cruzadas e jogos de estratégia. Além disso, o aprendizado contínuo, como tocar um instrumento ou aprender um novo idioma, pode ser altamente benéfico”, destaca. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas vivem com alguma forma de demência, e segundo estimativas do projeto Global Burden of Disease, os números poderão chegar a mais de 150 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população.

 

Miranda ressalta que após os 50 anos, é bastante comum que a pessoa queira apenas descansar e relaxar, buscando o mínimo esforço mental. No entanto, ela alerta que da mesma forma como o corpo é estimulado por meio de atividades físicas e dietas específicas, o cérebro também precisa ser exercitado, ou então perderá sua capacidade cognitiva. “A prática regular de exercícios cerebrais é como um treino para a mente. Ela estimula conexões neurais, através de atividades desafiadoras que fortalecem os neurônios, promove o que chamamos de plasticidade cerebral (que mantém o cérebro ativo e mantém sua capacidade de se adaptar e aprender), além de aumentar a reserva cognitiva. Ao desafiar o cérebro de maneira consistente, é possível preservar a agilidade mental e retardar o aparecimento de sintomas relacionados ao envelhecimento, contribuindo para uma mente mais saudável e resiliente”, enfatiza Miranda. 

 

Viver bem após os 50 anos

 

A crescente expectativa de vida da população e os fatores relacionados a isso abrem portas para um envelhecimento mais saudável. No entanto, Miranda salienta que o ambiente em que uma pessoa com mais de 50 anos vive é importante para sua qualidade de vida. “Quando as pessoas nessa faixa etária se sentem ativas, capazes de aprender e compartilhar suas experiências com a família, seja ensinando algo ou simplesmente contando suas histórias de vida, isso tem um impacto positivo em sua qualidade de vida e autoestima. Transmitir conhecimento é uma maneira de manter o cérebro em atividade, o que ajuda a evitar a perda de memória e promove uma vida mais saudável em geral”, frisa.

 

Cuidando do cérebro com exercícios personalizados

 

Segundo Miranda, a palavra-chave é personalização. Ela destaca que na idade avançada, as pessoas costumam buscar o esforço mínimo, então é necessário procurar atividades variadas e que sejam do interesse pessoal de cada um, mantendo viva a vontade de executá-las. A enfermeira ressalta que outra sugestão é incorporar elementos sociais. “Exercícios de interação e de memória relacionados a tarefas diárias, desde ações recreativas, como jogos, ou tradicionais, como escrever as atividades diárias ou criar uma lista de compras quando for ao mercado”.

 

Miranda explica que a aplicação prática dessas atividades faz com que as pessoas com mais de 50 anos sejam mais eficazes. “A chave está em encontrar abordagens que desafiem o cérebro e, ao mesmo tempo, estejam adaptadas às preferências e capacidades individuais, o que promove uma mente ativa e torna o processo de envelhecimento mais leve”, enfatiza. 

 

Exercícios para o cérebro após os 50 anos

 

• Quebra-cabeças: resolver quebra-cabeças de diferentes níveis de dificuldade estimula o pensamento lógico;

 

• Palavras cruzadas: praticar palavras cruzadas ajuda a melhorar o vocabulário e o raciocínio verbal;

 

• Jogos de estratégia: jogar jogos de estratégia, como xadrez ou damas, mantém a mente afiada;

 

• Aprendizado contínuo: aprender a tocar um instrumento musical ou estudar um novo idioma é um desafio constante para o cérebro;

 

• Exercícios de memória: praticar exercícios de memória relacionados a tarefas diárias, como fazer listas de compras ou lembrar atividades diárias, é benéfico;

 

• Atividades recreativas: participar de atividades recreativas, como jogos de tabuleiro, estimula o cérebro de forma social;

 

• Histórias de vida: compartilhar experiências e histórias de vida com a família, ensinando algo ou apenas contando vivências, promove a saúde mental;

 

• Personalização: personalizar os exercícios de acordo com os interesses pessoais ajuda a manter a motivação;

 

• Variedade: realizar uma variedade de atividades evita a monotonia e mantém a mente ativa;

 

• Interação social: participar de exercícios de interação social fortalece as habilidades sociais e mentais.

 

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