Diástase abdominal: o que é, sintomas e tratamento

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), ela afeta até 30% das puérperas

22 de novembro de 2023 - às 12h49 (atualizado em 22/11/2023, às 12h49)

Mulher de miniblusa mostra excesso de barriga
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A diástase abdominal é um problema que pode afetar tanto homens quanto mulheres, causando saliência ou inchaço na barriga. O médico cirurgião Wandemberg Barbosa, diretor do Instituto Wandemberg Barbosa, explica que essa condição é caracterizada pela separação anormal dos músculos retos abdominais, que ficam na parte da frente do abdômen, formando o que muitas pessoas chamam de barriga. “Normalmente, esses músculos são conectados por uma faixa de tecido chamada linha alba. Quando essa faixa se estende demais, os músculos podem se separar, criando uma abertura. Geralmente, a gravidez, que envolve o estiramento da parede abdominal durante a gestação ou pós-parto, é uma das principais causas. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), ela afeta até 30% das puérperas”, destaca. Alexandre Kataoka, diretor da SBCP completa: “O parto difícil, práticas como exercícios abdominais intensos, levantamento excessivo de peso e ganho rápido de peso também são apontadas como desencadeadoras dessa condição. Fatores de risco adicionais incluem ter dado à luz um bebê com peso acima da média, múltiplas gestações e idade superior a 35 anos”, esclarece.

 

Impactos da diástase abdominal na autoestima e tratamentos

 

Barbosa destaca que a diástase abdominal pode ter impactos significativos na saúde geral das mulheres, manifestando-se através de problemas estéticos, dor lombar, disfunção do núcleo e distúrbios digestivos. No entanto, ele ressalta que esses efeitos não só afetam o corpo, mas o bem-estar delas. “Também podem influenciar a autoestima das mulheres, uma vez que a condição pode resultar em uma aparência menos desejável. Contudo, há opções de tratamento disponíveis para abordar a diástase abdominal. A fisioterapia emerge como uma alternativa valiosa, concentrando-se em exercícios direcionados para fortalecer os músculos abdominais e aprimorar a postura. Essa abordagem não apenas visa mitigar os sintomas físicos associados à diástase, mas também desempenha um papel crucial na recuperação da autoconfiança das mulheres”, enfatiza.

 

De acordo com Barbosa, existem exercícios específicos ou estratégias para prevenir ou tratar a diástase abdominal. “Realizar atividades de fortalecimento do core, praticar técnicas de respiração correta e evitar movimentos que aumentem a pressão abdominal são medidas recomendadas. Durante a gravidez, controlar o ganho de peso é importante. Sem dúvida, buscar ajuda e orientação médica é fundamental, pois o médico indicará o melhor tratamento e verificará se é necessário um procedimento cirúrgico”, indica.

 

Para Kataoka, investir também em cuidados específicos, como a fisioterapia, não apenas alivia os efeitos da diástase abdominal, mas também oferece uma abordagem preventiva e proativa para melhorar a saúde geral das mulheres. “Ao focar na correção da separação anormal dos músculos retos do abdômen, esses tratamentos não só aliviam as questões estéticas, mas também contribuem para a diminuição da dor, aprimoramento da função do núcleo e normalização dos distúrbios digestivos. Portanto, a conscientização sobre essas opções de tratamento é essencial não apenas para o bem-estar físico, mas também o fortalecimento emocional”, pontua. 

 

Sintomas da diástase abdominal vão além do inchaço na barriga

 

Kataoka, diretor da SBCP, explica que a diástase abdominal pode se manifestar de maneiras que vão além da aparência física. “Ao realizar esforços, muitas pessoas experimentam dores na região lombar e nas nádegas. Essas dores podem variar de leves a mais intensas, impactando a qualidade de vida cotidiana”, destaca ele. Kataoka ressalta que a sensação de fraqueza na região abdominal também é comum, afetando a estabilidade do corpo e a postura. “Algumas pessoas relatam desconforto durante atividades diárias, como levantar objetos ou mesmo ao se mover de maneira mais intensa”, salienta.

 

Abdominoplastia e diástase abdominal

 

Segundo Kataoka, a abdominoplastia é um procedimento que ajuda a resolver a diástase abdominal. “Ele remove o excesso de pele e ajusta os músculos abdominais, deixando a cintura mais fina”. Além desse método, Barbosa destaca que a lipoaspiração também pode ser feita para ajudar nesse processo. “O cirurgião costura os músculos abdominais com um tipo especial de linha que é segura. A recuperação após a cirurgia leva um tempo, e é importante seguir algumas orientações”. 

 

Orientações pós-abdominoplastia

 

  • Caminhada suave: após o procedimento, é recomendado caminhar de forma suave, evitando movimentos bruscos que possam afetar a região operada;

 

  • Uso de meias elásticas e cinta elástica: utilizar meias elásticas de compressão e uma cinta elástica na barriga por cerca de um mês para estabilizar a área e promover uma cicatrização adequada;

 

  • Evitar exposição ao sol na cicatriz: nos primeiros três meses, é importante evitar a exposição ao sol na cicatriz para garantir uma melhor qualidade e aparência da cicatrização;

 

  • Comunicação com o cirurgião: manter uma comunicação constante com o cirurgião plástico para esclarecer dúvidas, monitorar o progresso da recuperação e receber orientações específicas para o caso individual.

 

Além dessas recomendações, Kataoka destaca que é normal a pessoa sentir menos sensibilidade na cicatriz e ao redor nos primeiros tempos, mas isso melhora com o passar dos meses. “Os resultados finais surgem entre quatro e seis meses, depois que a barriga desincha. A cicatriz final geralmente fica bem escondida, próximo à cicatriz da cesárea e ao redor do umbigo”. 

 

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