Dengue: o uso de repelentes em crianças e adolescentes

Saiba como proteger seus filhos da dengue com repelentes adequados e cuidados essenciais

16 de abril de 2024 - às 09h39 (atualizado em 16/4/2024, às 09h39)

Homem passando repelente na criança
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A dengue é uma preocupação constante em muitas regiões do mundo. Embora os casos possam variar ao longo do tempo, a doença continua sendo uma ameaça à saúde pública, com impacto significativo nas crianças e adolescentes. Apesar de todas as faixas estarem igualmente suscetíveis e apresentarem basicamente a mesma evolução clínica, aquelas entre 10 e 14 anos estão entre o público com maior número de internações.  Foi pensando nisso que o Ministério da Saúde (MS) definiu como prioridade a vacinação dessas pessoas. Ainda segundo o MS, é comum que nessa fase elas estejam em estágios importantes de desenvolvimento físico e cognitivo, o que pode torná-las mais vulneráveis a complicações decorrentes da dengue. Além disso, crianças e adolescentes podem não reconhecer ou comunicar sintomas de forma tão clara quanto os adultos, o que leva a diagnósticos tardios e tratamento inadequado. Portanto, é essencial que os pais, cuidadores e profissionais de saúde fiquem atentos aos sinais de dengue e tomem medidas preventivas. Isso inclui a eliminação de criadouros de mosquitos, o uso de repelentes adequados e a busca por atendimento médico imediato em caso de suspeita de dengue.

Renato Kfouri, pediatra, infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ressalta que é importante entender que a dengue não faz distinção de idade e que a atenção precisa ser constante porque a proliferação do vírus está alcançando lugares que antes não eram comuns. “Estamos vivenciando, não só no Brasil, mas em todo o mundo, um aumento exponencial dos casos de dengue. E isso não quer dizer que metade da população mundial vive numa zona sob risco de dengue. A doença apareceu, por exemplo, em países do hemisfério norte, como na França, nos Estados Unidos, no Reino Unido. E no Brasil não foi diferente. A dengue apareceu em áreas incomuns como na região sul, que é mais fria, como o oeste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, destaca. 

Para se proteger, é importante adotar medidas preventivas simples, tais como eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, como recipientes que acumulam água parada. Além disso, é essencial o uso de repelentes apropriados para a idade e a instalação de mosquiteiros nos berços.

Criança ou adolescente com dengue: recomendações

  • Descanso adequado: é fundamental que descanse bastante. Isso significa permanecer na cama e evitar atividades físicas extenuantes;
  • Hidratação suficiente: manter-se bem hidratado é crucial. É recomendado beber bastante água, sucos naturais, água de coco ou soluções de reidratação oral para prevenir a desidratação, especialmente se houver febre ou vômitos;
  • Controle da febre: em caso de febre, medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para ajudar a reduzi-la. É importante seguir as orientações do médico ou as instruções da embalagem do medicamento;
  • Atenção aos sintomas: alguns sinais de dengue incluem febre alta, dores de cabeça intensas, dores musculares e articulares, dor atrás dos olhos, erupção cutânea e sangramento de gengiva ou nariz;
  • Proteção contra mosquitos: para evitar picadas, é recomendado usar repelente e roupas que cubram a maior parte do corpo;
  • Evitar certos medicamentos: alguns medicamentos, como aspirina e ibuprofeno, podem piorar os sintomas da dengue e aumentar o risco de complicações. É fundamental consultar um médico antes de tomar qualquer remédio;
  • Consultas médicas regulares: é importante fazer visitas regulares ao médico para monitorar a condição da criança ou adolescente com dengue. O acompanhamento médico adequado ajuda a garantir o tratamento correto e uma recuperação mais rápida.

Repelente em crianças e adolescentes

De acordo com o Ministério da Saúde, os produtos à base de DEET (dietil-m-toluamida) não devem ser usados em crianças menores de 2 anos. Entre 2 e 12 anos, a concentração máxima do produto deve ser de 10% e a aplicação deve se restringir a 3 vezes por dia. 

A dietil-m-toluamida é uma substância química usada em repelentes de insetos para ajudar a afastar mosquitos e outros insetos que picam. Quando aplicado na pele, o DEET cria uma barreira que os insetos acham desagradável, o que os impede de se aproximarem e picarem. 

Ebora existam várias opções de repelentes no mercado, é preciso estar atento às recomendações médicas e também do fabricante para usá-los de maneira segura e de acordo com a idade da criança. Para os recém-nascidos, a recomendação é a proteção mecânica, ou seja, mosquiteiros, telas nas janelas, roupas de mangas compridas e calças. 

Cuidados essenciais  

  • Nunca aplique o produto na mão da criança para que ela mesma espalhe no corpo, pois ela pode esfregar os olhos ou levar a mão na boca;
  • Aplique na quantidade e no intervalo recomendados pelo fabricante;
  • Não aplique próximo à boca, nariz, olhos ou sobre feridas;
  • Quando não for mais necessário, o repelente deve ser retirado com banho, com água e sabão;
  • Não permita que a criança durma com o repelente aplicado e dê preferência para opções em loção ou gel;
  • Saiba o melhor tipo de repelente de acordo com a idade da criança ou adolescente;
  • Antes dos três meses: proteção mecânica, ou seja, usar mosquiteiros, telas nas janelas, roupas de mangas compridas e calças na criança;
  • A partir de 3 meses: repelentes com o princípio ativo de icardina, há produtos específicos destinados a essa faixa etária;
  • A partir de 6 meses: repelentes com o princípio ativo de icardina na concentração ou IR 3535 na concentração de até 20%;
  • A partir de 2 anos: repelentes à base de DEET.

Consulte sempre um profissional sério! Aqui no Let’s Move 360 é possível encontrar um profissional perto de você ou on-line. Utilize a nossa busca!