Dengue: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

Saiba mais sobre a dengue, suas fases e como agravamentos podem ser evitados

4 de abril de 2024 - às 10h08 (atualizado em 4/4/2024, às 10h08)

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Renato Kfouri, infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que a dengue é uma doença febril transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, comum no Brasil. Causada pelo vírus DENV, ela possui quatro tipos: DENV-1, que é a variação do vírus e apresenta como sintoma febre e mal-estar. DENV-2 é outro sorotipo do vírus, normalmente causa variações de febres e precisa ser monitorado. DENV-3 provoca febre e dores no corpo. E a DENV-4, que além dos sintomas comuns de febre e mal-estar, pode incluir dores de cabeça, no corpo e articulações, febre alta, diarreia e vômito. Por conta dos diferentes tipos do vírus da dengue, uma infecção não proporciona imunidade total. Isso significa que uma pessoa pode contrair a dengue mais de uma vez, mesmo após já ter tido a doença antes.

De acordo com o Ministério da Saúde, os casos de dengue no Brasil aumentaram 15,8% em 2023 em relação ao ano passado. As ocorrências passaram de 1,3 milhão em 2022 para 1,6 milhão este ano. Já a taxa de letalidade ficou em 0,07% nos dois anos, somando 1.053 mortes confirmadas em 2023 e 999 no ano passado. Fatores como a variação climática, o aumento das chuvas, o número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo do vírus são fatores que podem ter contribuído para esse crescimento, avaliou o ministério em nota.

Como a dengue se manisfesta

O infectologista Kfouri destaca que a dengue passa por algumas fases. Segundo ele, febre, mal-estar, dor no corpo e, às vezes, manchas vermelhas na pele são os sintomas iniciais. Kfouri explica também que uma das formas de diferenciar a dengue de outros problemas de saúde é que ela não causa sintomas respiratórios. “Apesar do mal-estar e da dor no corpo, como às vezes as viroses respiratórias também causam, é que a dengue, em geral, não tem sintomas respiratórios”, esclarece.

Com o tempo, conforme destaca Kfouri, a pessoa experimenta uma aparente melhora. Contudo, inicia-se outra fase da dengue. “Passados os primeiros dias, quando aparentemente há uma melhora, surgem os chamados sinais de alarme. Dor abdominal intensa, sangramento, queda de pressão, vômitos incontroláveis e sinais de febre persistente indicam que a dengue pode estar evoluindo de forma desfavorável”, alerta.

Nessa fase, é importante procurar atendimento médico, pois esses sinais indicam possível agravamento da condição, ou seja, a dengue está evoluindo para uma forma mais grave da doença, conhecida como dengue grave ou dengue hemorrágica. Essa condição está relacionada ao risco de complicações sérias, como o vazamento de fluidos dos vasos sanguíneos, redução significativa do número de plaquetas e danos aos órgãos. Em casos mais avançados, a dengue hemorrágica pode levar a complicações potencialmente fatais, exigindo intervenção médica imediata, como por exemplo, a administração de fluidos intravenosos para combater a desidratação severa, transfusões de plaquetas para corrigir a redução significativa do número dessas células sanguíneas essenciais, e monitoramento rigoroso dos sinais vitais para avaliar a estabilidade hemodinâmica do paciente. Em casos mais críticos, pode ser necessário o suporte intensivo em uma unidade de terapia intensiva (UTI), para a estabilização e o tratamento das complicações sistêmicas decorrentes da dengue hemorrágica. 

A rapidez na resposta médica é crucial para maximizar as chances de recuperação e minimizar os riscos associados à forma grave da doença.

Os sinais de alarme 

Segundo o Ministério da Saúde são:

  • Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua;
  • Vômitos persistentes;
  • Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
  • Hipotensão postural e/ou lipotímia;
  • Letargia e/ou irritabilidade;
  • Hepatomegalia maior do que 2cm abaixo do rebordo costal;
  • Sangramento de mucosa;
  • Aumento progressivo do hematócrito.
  • A fase crítica tem início com o declínio da febre (período de defervescência), entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas

Sintomas mais comuns

O Ministério da Saúde classifou como sintomas mais comuns da dengue:

  • Febre alta > 38°C;
  • Dor no corpo e articulações;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Mal estar;
  • Falta de apetite;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas no corpo.              
  • No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade. 

Tratamento para infecção pelo vírus dengue

O infectologista Renato Kfouri salienta que não há um tratamento específico para a dengue, um antiviral que combata o vírus. De acordo com ele, é recomendado hidratação vigorosa, que já deve começar assim que se fez o diagnóstico, para prevenção das formas graves. O Ministério da Saúde indica para os casos leves com quadro sintomático:

  • Repouso relativo, enquanto durar a febre;
  • Estímulo à ingestão de líquidos;
  • Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
  • Não administração de ácido acetilsalicílico;
  • Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em caso de sinais de alarme.
  • Os pacientes que apresentam sinais de alarme ou quadros graves da doença requerem internação para o manejo clínico adequado. 

Prevenção

Segundo o Ministério da saúde, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue, seja pelo manejo integrado de vetores ou pela prevenção pessoal dentro dos domicílios. É recomendado:

  • Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas/capas/tampas, impedindo a postura de ovos do mosquito Aedes aegypti;
  • Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti pica principalmente durante o dia.

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