Cuidados paliativos: o que são e quando começar

A filosofia dos cuidados paliativos afirma a vida e não busca acelerar nem adiar a morte

18 de setembro de 2023 - às 15h52 (atualizado em 28/11/2023, às 16h59)

familiares visitam senhora paciente no hospital
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos são uma forma de assistência médica oferecida por uma equipe de profissionais de saúde. O principal objetivo desses cuidados é melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares quando enfrentam uma doença grave. Carla Quintão Peçanha, médica com especialização em Geriatria pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e em Cuidados Paliativos pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, explica: “Os cuidados paliativos constituem uma abordagem multiprofissional direcionada a pacientes portadores de doenças crônicas, degenerativas e oncológicas, em estágios avançados e sem possibilidade de tratamento modificador da doença”, pontua. 

 

De acordo com Peçanha, nesse tipo de tratamento, são levados em conta aspectos físicos, psicossociais e espirituais. “A filosofia dos cuidados paliativos afirma a vida e não busca acelerar nem adiar a morte, priorizando o conforto e a qualidade de vida do paciente. A equipe de profissionais envolvida no cuidado visa prevenir e aliviar seus sintomas. Essa abordagem também se estende ao suporte ao sofrimento global, incluindo aspectos físicos, psicossociais e espirituais, e é oferecida não apenas aos pacientes, mas também às suas famílias. Essa assistência se inicia no momento do diagnóstico e se prolonga até o luto após a morte do paciente”, explica. Ela ressalta que essa atenção ajuda pacientes e familiares a passarem por todo o processo juntos. “Eles tomam as decisões de forma compartilhada, entendendo o prognóstico e as alterações que podem ocorrer durante a evolução da doença e, por fim, dando suporte ao longo dessa trajetória”. 

 

Cuidados paliativos: quando começar

 

Apenas uma em cada dez pessoas que precisam de cuidados paliativos recebe esse atendimento no mundo hoje, de acordo com o Atlas Global de Cuidados Paliativos na Terminalidade da Vida, publicado pela OMS e pela ONG Worldwide Palliative Care Alliance (WPCA). A OMS destaca que mais de 20 milhões de pessoas necessitam de cuidados paliativos anualmente em todo o mundo, com cerca de 6% delas sendo crianças. 

 

Segundo  Peçanha, o ideal é que essa abordagem seja feita desde o momento do diagnóstico de uma doença sem possibilidade de cura, ameaçadora da vida. No entanto, ela destaca que muitas vezes não é o que acontece. “A família chega num momento com a doença em uma fase muito avançada sem ter sido preparada, sem uma conversa prévia sobre esse momento, sem ter tomado algumas decisões importantes”.

 

A decisão de começar os cuidados paliativos deve ser tomada em conjunto, envolvendo o paciente, seus familiares e o médico responsável pelo tratamento, para garantir que as escolhas estejam de acordo com as necessidades e desejos do paciente.

 

Essa transição para os cuidados paliativos pode acontecer em diferentes lugares, como em casa, no hospital, em uma clínica ou em um lugar especializado em cuidados paliativos. 

 

Tipos de cuidados paliativos

 

  • Cuidados físicos: são focados no tratamento e controle dos sintomas físicos desconfortáveis, como dor, falta de ar, vômitos, fraqueza e insônia;

 

  • Cuidados psicológicos: abordam os sentimentos e sintomas psicológicos negativos, incluindo angústia, tristeza, depressão e estresse, tanto do paciente quanto dos familiares, com o objetivo de oferecer suporte emocional;

 

  • Cuidados sociais: oferecem apoio na resolução de conflitos ou obstáculos sociais que podem interferir no cuidado, como a falta de assistência para cuidar do paciente ou questões financeiras relacionadas aos tratamentos;

 

  • Cuidados espirituais: reconhecem e oferecem apoio em questões espirituais, incluindo assistência religiosa e orientações sobre o sentido da vida e da morte, respeitando as crenças e valores individuais.

 

 

 

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