Como a calvície afeta homens e mulheres?

Descubra como a hereditariedade pode afetar a saúde dos cabelos

30 de outubro de 2023 - às 12h11 (atualizado em 30/10/2023, às 12h11)

Mulher jovem de cabelos compridos se assusta com tufos de cabelos na escova
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A calvície, ou alopecia androgênica, tem origem genética e hereditária e pode levar à perda total ou parcial dos cabelos. No entanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a existência de um ou mais casos na família não significa que a calvície irá se manifestar. Segundo a SBD, 80% dos homens com mais de 80 anos sofrem do problema, mas ela pode dar sinais entre os 20 e 30 anos de idade. Por estar relacionada à testosterona, hormônio masculino, a doença atinge mais os homens, mas segundo dados do Censo 2022, da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS), nos últimos três anos houve um crescimento de 10% de pacientes mulheres.

 

David Schlesinger, geneticista e CEO da empresa meuDNA, explica que, em relação à genética, trata-se de uma característica poligênica, ou seja, é influenciada por alterações presentes em vários genes ao mesmo tempo. Sendo assim, não existe um único gene que influencie a tendência de uma pessoa ser calva, mas sim vários e funciona de formas diferentes em homens e mulheres. “Nos homens, um dos genes associados à calvície é o que fornece instruções para um receptor de andrógenos, ou seja, são como antenas encontradas nas células do corpo masculino. Eles são responsáveis por captar os sinais dos hormônios andrógenos, como a testosterona, e transmitir esses sinais para as células. Variações nesse gene podem aumentar o número de receptores de andrógenos presentes nos folículos, o que aumenta a resposta aos hormônios e, por consequência, influencia na perda de cabelo”. Já nas mulheres, Schlesinger ressalta que a causa não é totalmente conhecida e precisa de mais estudos. No entanto, os relatos mais comuns têm a ver com estresse, dieta e medicamentos.

 

Em relação à hereditariedade, Schlesinger destaca que como se trata de uma característica influenciada por várias alterações e os genes podem ser herdados de ambos os pais, a calvície pode ser herdada tanto da mãe quanto do pai. “Normalmente, as pessoas imaginam que um gene da calvície é passado apenas da mãe para os filhos. Na realidade, apesar de um dos genes relacionados à calvície estar localizado no cromossomo X, ele não é o único, variantes comuns presentes nos cromossomos sexuais e nos demais cromossomos explicam as diferenças que vemos na queda de cabelo de diferentes pessoas”, esclarece.

 

Sinais de calvície

 

Segundo Schlesinger, os primeiros sinais da calvície em homens normalmente aparecem cedo e ficam visíveis perto da testa, as chamadas entradas. Em seguida, tornam-se um círculo sem cabelos no topo da cabeça, até sobrarem apenas os cabelos nas faixas laterais e atrás da cabeça. Já nas mulheres, os sinais podem demorar mais, pois até a menopausa elas contam com hormônios femininos que protegem da queda. Nelas, os cabelos da frente permanecem, enquanto os fios do topo da cabeça ficam finos, até o couro cabeludo se tornar visível.

 

Tipos de calvície

 

A queda de cabelo pode manifestar-se de várias formas e por diferentes motivos em homens e mulheres. Schlesinger destaca os mais comuns:

 

  • Alopecia androgenética: como o nome sugere, é causada por fatores genéticos e é hereditária. Essa forma de calvície está relacionada à produção de testosterona de cada indivíduo, um fator geneticamente determinado. Sua característica é a queda gradual dos cabelos, tanto na região das entradas como na área da coroa (topo da cabeça);

 

  • Alopecia areata: está associada a transtornos emocionais e causa a queda de cabelo em pequenos e médios círculos no couro cabeludo. Pode também ocorrer em outras áreas do corpo, como na barba, braços e pernas. A alopecia areata pode levar à queda total do cabelo, mas é geralmente de natureza transitória, permitindo que os cabelos voltem a crescer;

  • Alopecia difusa ou eflúvio telógeno: esse tipo de calvície pode ocorrer após doenças crônicas, febris ou períodos de elevado estresse. Os fios de cabelo enfraquecem e se soltam do couro cabeludo de forma aguda ou contínua, resultando em cabelos finos e espaçados, mas não necessariamente na calvície total. Outras causas para a alopecia difusa podem incluir alterações nas glândulas endócrinas, especialmente na tireoide, uso de medicamentos ou uma dieta inadequada;


  • Alopecia total: envolve a perda completa do cabelo, é frequentemente associada a doenças autoimunes, influências genéticas e estresse. Em casos desse tipo de alopecia, a perda de cabelo é restrita ao couro cabeludo. Já a alopecia universal envolve a perda de cabelo em todas as áreas do corpo, incluindo sobrancelhas e cílios;


  • Alopecia cicatricial: é causada por lesões no couro cabeludo ou outros eventos que resultam no fechamento permanente dos folículos capilares, é denominada alopecia cicatricial. Isso pode ocorrer em casos de cirurgias, queimaduras, radioterapia ou devido a doenças autoimunes.

 

Tratamento

 

De acordo com Schlesinger, embora a calvície não seja curável, existem formas de tratá-la. “Dependendo do diagnóstico, o uso de medicamentos pode ser direcionado para as raízes capilares. Em outros casos, procedimentos clínicos, como o microagulhamento, podem ser recomendados”, indica. 

 

 

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