Câncer de pele: o que é, tipos, sintomas fatores de risco e tratamento

Entenda por que a prevenção é crucial para combater o câncer de pele no Brasil

29 de abril de 2024 - às 11h54 (atualizado em 29/4/2024, às 11h54)

Mulher sendo examinada para prevenir Câncer de pele
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

O câncer de pele é uma doença que ocorre por conta do desenvolvimento anormal das células da pele. Elas se multiplicam até formar um tumor maligno. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), este tipo da doença é o mais frequente no Brasil e corresponde a 30% dos tumores malignos registrados no país.Dados do INCA ainda estimam que, até 2025, o Brasil deverá registrar 704 mil novos casos de câncer de pele por ano. De acordo com Yuri Bittencourt, oncologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, o diagnóstico precoce da doença aumenta a chance de cura.

Tipos de câncer de pele

Bittencourt destaca que existem dois tipos de câncer de pele: não melanoma e melanomas. A Sociedade Brasileira de Dermatologia  (SBD) explica que o tipo mais comum é o câncer de pele não melanoma. Ele se desenvolve nas células da pele, mas não nas células de pigmento, chamadas melanócitos. Esse tipo de câncer geralmente surge em lugares como rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas das mãos. Segundo o oncologista, os principais subtipos são Carcinoma Basocelular (CBC) e Carcinoma Espinocelular (CEC). “O CBC é o tipo mais comum de câncer de pele; ele surge nas células basais da camada mais profunda da epiderme. Geralmente, ocorre em áreas expostas ao sol, como rosto e pescoço. Se detectado cedo, tem baixa letalidade e pode ser curado. Já o CEC é o segundo mais prevalente, afetando as células escamosas da camada superior da pele. Mais comum em áreas expostas ao sol, como orelhas e rosto, apresenta sinais de dano solar. Homens são mais afetados, e a exposição ao sol é a principal causa. Ambos os cânceres podem ter aparência semelhante a lesões não cancerígenas, sendo necessário diagnóstico e tratamento por um médico especializado”, alerta.

Considerado um tipo de câncer de pele muito agressivo, o melanoma é menos comum, mas o oncologista alerta que possui alta letalidade. De acordo com os dados mais recentes sobre mortalidade do INCA, em 2019, foram cerca de 1.978 mortes por câncer de melanoma no Brasil, sendo 1.159 homens e 819 mulheres. No entanto, Bittencourt salienta que a chance de cura supera 90% com detecção precoce. Normalmente, é caracterizado quando uma pinta ou sinal na pele muda de cor, forma ou sangra. Pessoas de pele clara, que se queimam facilmente, correm mais risco.

Sintomas e diagnóstico

A SBD alerta que o câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Bittencourt  destaca que é importante conhecer bem a própria pele e saber em quais regiões existem pintas. No entanto, ele ressalta que somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele. De qualquer forma, ele aconselha a estar sempre atento aos seguintes sintomas:

  • Lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • Pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • Mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento;

Além de todos esses sinais e sintomas,  a SBD salienta que melanomas metastáticos podem apresentar outros, que variam de acordo com a área para onde o câncer avançou. Isso pode incluir nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abominais e de cabeça, por exemplo.

Fatores de risco 

  • Sensibilidade ao Sol: maior propensão empessoas que queimam facilmente e não bronzeiam;
  • Pele clara: a incidência é mais alta em pessoas de pele clara;
  • Exposição solar excessiva: trabalhar frequentemente ao sol sem proteção adequada aumenta o risco;
  • História prévia de câncer de pele: quem já teve tem uma probabilidade maior de desenvolver novamente;
  • História familiar de melanoma: casos na família podem aumentar significativamente a chance;
  • Xeroderma pigmentoso: doença congênita caracterizada pela intolerância total da pele ao sol.
  • Nevo displásico: lesões escuras na pele com alterações celulares pré-cancerosas;
  • Características físicas: pele, olhos claros e cabelos ruivos ou loiros;
  • Exposição na infância: passar muito tempo ao sol na infância e adolescência pode contribuir para o desenvolvimento do câncer de pele.

Tratamento para câncer de pele

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o tipo de tratamento varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas os mais comuns são:

  • Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi, e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. Os tecidos removidos são examinados ao microscópio, para aferir se foram extraídas todas as células cancerosas. A técnica possui altos índices de cura, e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes;
  • Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-se o procedimento algumas vezes. Não recomendáveis para tumores mais invasivos;
  • Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos ou recorrentes. Não há cortes ou sangramentos. Também não é recomendável para tumores mais invasivos;
  • Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas;
  • Cirurgia micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor com uma cureta. Em seguida, esse material é analisado ao microscópio. Tal procedimento é repetido sucessivamente, até não restarem vestígios de células tumorais.  A técnica preserva boa parte dos tecidos sadios, e é indicada para casos de tumores mal-delimitados ou em áreas críticas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam a cicatrizes extensas e desfiguração;
  • Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um agente fotossensibilizante, como o ácido 5-aminolevulínico (5-ALA) na pele lesada. Após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que ativa o 5-ALA e destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios;

Além das modalidades cirúrgicas, o oncologista destaca a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas. 

5 importantes meios de prevenção 

Evitar exposição excessiva ao Sol

  • Permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão);
  • Usar barracas de algodão ou lona na praia ou na piscina;
  • Cobrir áreas expostas com roupas adequadas: chapéus, camisetas, óculos escuros e calças;

Utilizar protetores solares diariamente

  • Usar filtros solares com FPS mínimo de 30;
  • Reaplicar a cada duas horas ou menos durante atividades ao ar livre;
  • Aplicar uma boa quantidade pela manhã e antes do almoço no uso diário;

Cuidados com roupas e acessórios adequados

  • Usar camisas de manga comprida e chapéus de abas largas;
  • Evitar barracas de nylon, que oferecem uma barreira menos confiável contra os raios UV;

Observação regular da própria pele

  • Procurar por pintas ou manchas suspeitas;
  • Consultar um dermatologista uma vez ao ano para exame completo;

Proteger bebês e crianças do Sol

  • Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses;
  • Manter crianças cobertas com roupas adequadas e em locais de sombra;

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