Asma: o que é, sintomas e tratamento

Ministério da Saúde: 23,2% dos brasileiros vivem com asma; controle é possível, mas não há cura

10 de abril de 2024 - às 11h07 (atualizado em 10/4/2024, às 11h08)

Mulher com bombinha para controlar a asma
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores, ou seja, brônquicas, e normalmente é caracterizada pela dificuldade de respirar, chiado no peito e, em alguns casos, também pode manifestar-se como tosse seca ou sensação de aperto no peito. Marcello Bossois, médico alergista, imunologista e coordenador do projeto Brasil Sem Alergia, explica: “A asma envolve a inflamação de estruturas específicas nos pulmões, chamadas brônquios, responsáveis por facilitar a entrada de ar do ambiente externo para o interno. Essa irritação pode estreitar os brônquios e aumentar a produção de secreção, dificultando a entrada de ar nos pulmões, especialmente nos alvéolos, onde ocorre a troca de oxigênio por dióxido de carbono”, esclarece. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Rede Global de Asma, cerca de 334 milhões de pessoas podem estar sofrendo de asma em todo o mundo. O Ministério da Saúde brasileiro estima que 23,2% da população viva com a doença, e a incidência varia de 19,8% a 24,9% entre as regiões do país. A asma não tem cura, mas pode ser controlada.

Progressão e classificação da asma

Bossois explica que a asma, muitas vezes, começa com uma simples tosse. “Inicialmente, o paciente não tem falta de ar ou outro sintoma além da tosse. No entanto, quando ela é persistente, diária ou se prolonga por mais de 30 dias, é possível identificar um broncospasmo, ou seja, uma redução no calibre dos pulmões, gerando dificuldade na passagem de ar pela região dos brônquios. Frequentemente, a tosse surge como único sintoma e sinal do quadro de asma, evoluindo progressivamente até manifestar sinais de falta de ar”, esclarece.

De acordo com ele, essa falta de ar pode ocorrer em diferentes níveis de esforço. “Há a falta de ar em grandes esforços, como subir morros, escadas, ou realizar atividades físicas intensas. Em seguida, a falta de ar aos médios esforços, onde a pessoa em repouso não sente nada, mas atividades simples podem desencadear a sensação de falta de ar. Por fim, a falta de ar aos pequenos esforços, caracterizada pela dificuldade respiratória mesmo em situações de repouso”, pontua.

O médico alergista e imunologista destaca que a classificação desses tipos de falta de ar auxilia na compreensão da intensidade e impacto da asma no paciente.

Tipos de asma

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a asma pode ser classificada como leve, moderada ou grave.

  • Asma leve: os sintomas podem ser controlados com uma quantidade mínima de medicação. Os pacientes geralmente utilizam corticoides inalados em doses baixas e moderadas. Esses medicamentos ajudam a reduzir a inflamação das vias respiratórias, permitindo que a pessoa mantenha controle eficaz sobre a condição. Além disso, é fundamental que ela compreenda e evite possíveis desencadeadores, como alérgenos e irritantes, para minimizar a frequência e intensidade das crises;
  • Asma moderada: quando a asma atinge o estágio moderado, os sintomas são mais persistentes, necessitando de uma abordagem mais abrangente no tratamento. Isso significa que o cuidado deve ir além do simples controle dos sintomas imediatos.Nesse estágio, normalmente, é recomendado uso de corticoides inalados em médias doses, combinados com broncodilatadores de longa duração. O objetivo é controlar a inflamação e melhorar a capacidade respiratória, permitindo que o paciente mantenha uma rotina mais próxima do normal;
  • Asma grave: requer um tramento terapêutico mais intensivo. Os pacientes que enfrentam essa condição precisam de doses elevadas de corticoides inalados, frequentemente associados a broncodilatadores e, em alguns casos, outras classes de medicamentos. Eessa abordagem é necessária para controlar a inflamação, reduzir os sintomas e minimizar o impacto da asma na qualidade de vida. O acompanhamento regular com profissionais de saúde é essencial para ajustar o tratamento conforme as necessidades específicas de cada pessoa com asma grave.

Sintomas da asma: leve, moderada e grave 

Asma leve

  • Episódios esporádicos de chiado no peito;
  • Tosse ocasional, principalmente durante a noite;
  • Respiração dificultada após atividades físicas mais intensas;

Asma moderada

  • Tosse mais frequente, podendo ocorrer tanto durante o dia quanto à noite;
  • Chiado no peito é mais persistente;
  • Respiração mais dificultada, mesmo em situações cotidianas;

Asma grave

  • Chiado no peito constante;
  • Tosse persistente, afetando significativamente as atividades diárias;
  • Dificuldade respiratória frequente, mesmo em repouso;
  • Necessidade de doses elevadas de corticoides inalados.
  • Impacto significativo na qualidade de vida;

Como é feito o tratamento para asma

O Ministério da Saúde destaca dois:

Sem medicamentos

  • Educação: entender sobre a asma é chave. Nas consultas, aprenda sobre a doença, evite coisas que podem piorar (como poeira) e saiba identificar quando os sintomas estão aparecendo;
  • Plano de autocuidado: tenha um plano personalizado para saber o que fazer se os sintomas piorarem. Durante as consultas, receba dicas e reagende quando necessário.

Com medicamentos

  • Remédios que ajudam: para controlar a asma, é indicado remédios anti-inflamatórios (como corticosteroides inalatórios) e outros para abrir as vias aéreas rapidamente (broncodilatadores);
  • Usando com cuidado: é preciso usar a medicação de forma correta e só a quantidade necessária de remédio, para evitar efeitos colaterais e custos extras.

Consulte sempre um profissional sério! Aqui no Let’s Move 360 é possível encontrar um profissional perto de você ou on-line. Utilize a nossa busca!