Ciclismo urbano e os night bikers: revolução nas ruas

Saiba por que o ciclismo urbano está em alta e conquistando adeptos em São Paulo e Rio de Janeiro

6 de novembro de 2023 - às 18h17 (atualizado em 6/11/2023, às 18h17)

Rapaz ciclista noturno parado ao lado da bicicleta
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

O ciclismo urbano envolve o uso da bicicleta para deslocamentos na cidade e oferece uma série de benefícios. Em termos econômicos, é uma opção de baixo custo em comparação com outros meios de transporte, públicos ou privados. Para Juliana Calheiros, que é educadora física e fundadora da The Woman Gym, o ciclismo urbano melhora a qualidade de vida. “Pedalar nas ruas da cidade permite um contato mais próximo com o ambiente urbano, que normalmente não prestamos mais atenção. É uma oportunidade de nos reconectar com a cidade de uma maneira única, contribuindo para um senso de pertencimento ao observar mais de perto tudo o que cada região oferece. Além disso, nos livramos do trânsito local, desfrutando de uma alternativa mais saudável e ecológica. Outro ponto é que o ato de andar de bicicleta, como sabemos, traz diversos benefícios à saúde, incluindo a melhoria da saúde cardiovascular e o fortalecimento muscular”, enfatiza.

 

O ciclismo urbano, muitas vezes associado a cidades como Amsterdã e Copenhague, está ganhando destaque em locais como São Paulo. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), as bicicletas são o modal preferido de 7% dos brasileiros. Com base no mesmo levantamento da CET, a adoção do meio de transporte aumentou 14% nos dois primeiros meses de 2023, em comparação ao ano anterior. 

 

Em meio a esse crescimento, uma prática do ciclismo voltou a ganhar destaque: os night bikers, ou ciclistas noturnos. Pessoas que praticam ciclismo durante a noite ou em horários escuros. Essa atividade pode incluir passeios noturnos de lazer, competições, grupos organizados de ciclistas que se encontram à noite, ou até mesmo o uso da bicicleta como meio de transporte em horários noturnos. Um exemplo disso foi o retorno do famoso Night Riders 2023. Após uma pausa desde 2016, o evento voltou a reunir participantes em um percurso de 10 km pelas ruas de São Paulo e Rio de Janeiro. 

 

Para Calheiros, os ciclistas noturnos encontram nestas pedaladas várias vantagens. “Além de ser uma aventura diferente do habitual, sob a luz das cidades iluminadas, essa modalidade oferece uma experiência completamente diferente do tradicional, facilitando a agenda do ciclista que trabalha o dia todo e não consegue outro horário para isso. Além da tranquilidade que o ciclismo noturno traz devido à ausência do trânsito caótico (há exceções, claro) e à temperatura mais amena (nos dias frios, levem sempre uma jaqueta para não serem surpreendidos com a queda brusca de temperatura noturna)”, destaca.

 

Modalidades de ciclismo

 

Existem várias formas de ciclismo, seja para amadores ou profissionais, que pedalam em pistas e circuitos ao redor do mundo. Para Calheiros, são essas variedades que permitem que qualquer pessoa possa praticar. 

 

  • Ciclismo de pista: os ciclistas correm em uma pista fechada, como uma de corrida, com 250 metros de comprimento. Eles podem competir em equipes, duplas, individualmente ou até mesmo em gincanas. O objetivo é percorrer as voltas o mais rápido possível. As bicicletas usadas são leves e feitas para velocidade;


  • Mountain Bike: é para quem gosta de aventura e natureza. Os ciclistas encaram terrenos difíceis, como trilhas estreitas, montanhas e obstáculos naturais. As bicicletas têm pneus largos, são resistentes e têm amortecedores para aguentar os solavancos;

 

  • Ciclismo de estrada: os ciclistas percorrem longas distâncias em estradas asfaltadas. As bicicletas são leves e feitas para velocidade, com pneus finos. As principais diferenças entre o ciclismo de estrada e o ciclismo urbano são sua finalidade e contexto. O ciclismo de estrada é uma modalidade esportiva de longa distância, com bicicletas específicas para alta performance, enquanto o ciclismo urbano é um meio de transporte nas cidades, com foco na mobilidade cotidiana, usando bicicletas mais versáteis;

 

  • Gravel: mistura elementos do ciclismo de estrada e do Mountain Bike. As bicicletas têm pneus largos e são boas para andar em diferentes tipos de terrenos, como estradas de cascalho e trilhas;

 

  • Bicicross ou BMX: é uma modalidade radical, com corridas em pistas cheias de obstáculos. Pode ser feito de duas maneiras: estilo livre, com manobras criativas, ou racing, onde o objetivo é vencer a corrida superando obstáculos no caminho. É um esporte divertido e até faz parte das Olimpíadas;

 

  • Downhill: os ciclistas descem morros íngremes, enfrentando caminhos difíceis e obstáculos. O vencedor é quem termina o percurso mais rápido. A segurança é importante, pois é uma modalidade arriscada.

 

Bicicletas para cada tipo de ciclista

 

Calheiros aconselha prestar atenção na escolha da bicicleta antes de decidir praticar. Ele ressalta que cada tipo é projetado para atender às necessidades específicas, dependendo do terreno, finalidade e preferências do ciclista.

 

  • Bicicleta urbana: é a mais frequente e versátil, ideal para passeios na cidade, parques e ambientes urbanos. Possui pneus mais grossos para lidar com terrenos irregulares e também pode ser encontrada na versão dobrável, que facilita o transporte;

 

  • Mountain Bike: é versátil e adequada para iniciantes. Ela é projetada para terrenos acidentados, mas também pode ser usada no asfalto, embora com menor velocidade. Possui suspensão e pneus largos com cravos para aderência;

 

  • Bicicleta híbrida: modelo versátil que combina características de várias bicicletas, como turismo, mountain bike e speed. É adequada para iniciantes e para ciclistas que desejam percorrer diversos terrenos;

 

  • Speed – bicicleta para asfalto: projetada para estradas asfaltadas e competições de maratona, é leve e eficiente. Possui menos marchas e é resistente, adequada para ciclistas de maratona ou iniciantes interessados em ciclismo de estrada;

 

  • Bicicleta gravel: combina elementos de speed e mountain bike. É adequada para terrenos variados que exigem velocidade e adaptabilidade, com pneus mistos;

 

  • BMX: dividida em duas modalidades – BMX Freestyle (manobras) e BMX Racing (corrida). Essas bicicletas são compactas, ideais para manobras e terrenos acidentados. BMX Racing inclui pneus largos e resistentes;

 

  • Bicicleta de velódromo: projetada especificamente para competições em pistas ovais fechadas, a bicicleta de velódromo não possui uma roda livre, tem apenas uma marcha e nenhum freio;

 

  • Bicicleta triathlon: usada em provas contra o relógio e triatlos, essa bicicleta possui um posicionamento aerodinâmico, acessórios específicos e, em alguns casos, freios escondidos.

 

Ciclismo urbano: principais cuidados 

 

  • Priorizar a segurança é fundamental, escolhendo um capacete confortável e seguro que proteja em caso de quedas;

 

  • Use luzes piscantes na frente (branca) e atrás (vermelha) para garantir visibilidade, contribuindo para a segurança no trânsito;

 

  • Pedalar na direção correta reduz o risco de acidentes e colisões com veículos;

 

  • Mantenha distância segura dos carros estacionados para evitar colisões com portas abertas;

 

  • Sinalize com gestos claros, como os sinais de mão, antes de efetuar mudanças de direção;

 

  • Prefira ciclovias sempre que possível, evitando vias expressas e avenidas movimentadas;

 

  • Conheça e respeite as leis específicas para ciclistas, evitando infrações e garantindo a segurança no trânsito.

 

 

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