Fatores de risco e tratamento na deficiência de ferro e anemia

Nosso colunista Leonardo Soares fala sobre a importância da absorção de ferro pelo nosso organismo e como manter a quantidade certa desse micronutriente

14 de julho de 2023 - às 15h47 (atualizado em 24/8/2023, às 11h34)

vários alimentos que contêm ferro: castanhas, fígado, frutas
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Leonardo Soares

Escrito por

Leonardo Soares

Nutricionista - CRN 3 - 65923

Atualmente, a anemia é a doença mais comum causada pela deficiência de um micronutriente. A deficiência de ferro era muito prevalente em mulheres na fase reprodutiva em muitos países desenvolvidos nos séculos 18 e 19.

Homens possuem maiores reservas de ferro no corpo do que as mulheres, o que contribui para o maior risco de anemia no sexo feminino. Além disso, menstruação com fluxo alto também aumenta esse risco.

Os sintomas mais comuns variam de cansaço/fadiga, unhas fracas e/ou descamando, cabelos fracos, baixa imunidade, falta de ar, entre outros.

Uma das funções mais importantes do ferro no corpo está ligado com o transporte de oxigênio através de proteínas presente nos glóbulos vermelhos.

Porém, o excesso de ferro no organismo também pode ser um problema, causando danos aos tecidos por conta do excesso de radicais livres gerados pelas altas concentrações de ferro livre. 

Podemos encontrar o ferro na forma de ferro heme (origem animal) e ferro não heme (original vegetal). O segundo possui uma taxa de absorção menor em relação ao de origem animal, mas podemos reverter essa situação com algumas estratégias.

A taxa de absorção do ferro vai variar de acordo com a condição atual de cada indivíduo. Uma pessoa saudável terá uma taxa de absorção geral em torno de 5-10%, mas em um estado de deficiência o corpo vai ativar mecanismos compensatórios que vão aumentar essa absorção para 30% (essa também é uma forma do corpo prevenir o excesso de ferro no organismo).

Indivíduos vegetarianos têm maiores riscos de desenvolver uma deficiência de ferro ou anemia. Por mais que a dieta vegetariana seja rica em ferro não heme, ela também conta com altas quantidades de fitato, uma substância presente nos grãos que dificulta mais ainda a absorção desse ferro. Nesse caso, é interessante fazer as principais refeições com a presença de ácido ascórbico (vitamina C), pois ele vai converter o ferro para uma fórmula mais solúvel e de mais fácil absorção.

Encontramos vitamina C principalmente em frutas cítricas. Então, uma opção é depois das principais refeições (almoço ou jantar), consumir uma laranja, abacaxi, kiwi etc.

No geral, o cafezinho depois do almoço não é algo que vai impedir a absorção de ferro a ponto de gerar uma anemia. Porém, para uma pessoa que já está com uma deficiência ou anemia instalada, seria recomendado evitar esse tipo de hábito como uma forma de ajudar a repor esse mineral.

Portanto, a biodisponibilidade do ferro presente na refeição depende da forma química, da presença ou da ausência de fatores que influenciam a absorção e das necessidades do indivíduo.

Caso a pessoa opte pela suplementação, que é o mais indicado em níveis muito baixo de ferro com a presença de sintomas, é aconselhado usar a forma do ferro quelado (bisglicinato), por ter uma absorção muito boa e evitar as formas de pior qualidade (ex: sulfato ferroso).

 

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