Cuidados com os alimentos no calor: armazenamento e conservação

“No calor, após ser preparada, a comida pode ficar fora da geladeira em média quatro horas”, recomenda nutróloga.

22 de novembro de 2023 - às 16h26 (atualizado em 22/11/2023, às 16h26)

duas marmitas sobre uma mesa - uma contem arros peixes e legumes a outra carne assada, massa e salada
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A conservação dos alimentos de forma higiênica é fundamental, tanto para evitar possíveis problemas de saúde como para manter a qualidade nutricional. Os cuidados com os alimentos no calor devem ser redobrados. A nutróloga Liliane Oppermann reitera que nessas condições, é essencial seguir algumas recomendações para manter as características físicas, químicas e biológicas dos alimentos. “No calor, após ser preparada, a comida pode ficar fora da geladeira em média quatro horas. Isso é recomendado porque o nosso país possui uma extensão continental e, portanto, uma variação de temperatura bastante significativa. E por que uma média de quatro horas? Principalmente, porque alimentos que são de proteína animal, como carnes, peixes, ou mesmo aqueles que contêm ovo em sua confecção, podem ter sua composição alterada e a proliferação de microorganismos patogênicos com o calor”, salienta.

 

As doenças provocadas por microorganismos patogênicos são denominadas de toxinfecções alimentares, que podem se dar por infecções ou intoxicações no corpo humano, e hoje constituem um perigo para a saúde pública. Oppermann explica: “As consequências mais frequentes são as gastroenterites, cujos sintomas habituais são diarreia, dores abdominais, vômitos e febre. Nos casos mais graves, estas doenças podem levar à morte. O tratamento é individualizado para cada caso e aconselha-se a consulta com um médico, para evitar a evolução dos sintomas”, pontua. 

 

Como armazenar corretamente as sobras de alimentos

 

Para a nutróloga, utilizar utensílios de vidro na geladeira é uma opção preferencial, pois oferece um ambiente adequado para preservar a integridade dos alimentos. Além disso, ela recomenda separar as sobras, mantendo alimentos ricos em proteína em um recipiente e carboidratos em outro. “Essas práticas não apenas facilitam a organização, mas também evitam a contaminação cruzada. Vale ressaltar que os carboidratos tendem a ter uma durabilidade maior em comparação com as proteínas, que são mais susceptíveis à deterioração”, esclarece.

 

Sobre tampar os alimentos, Oppermann ressalta que é essencial, especialmente quando estão na mesa para serem servidos. “Isso protege os alimentos contra possíveis insetos que possam comprometer sua segurança e higiene. Além disso, a cobertura é fundamental para evitar o contato direto com o ar, que pode resultar na oxidação dos alimentos. Manter os pratos cobertos não apenas preserva a integridade dos alimentos, mas também contribui para a prevenção de contaminações externas, garantindo uma refeição mais segura e saborosa”, alerta.

 

Já as receitas veganas ou vegetarianas, a nutróloga salienta que além de serem armazenadas na geladeira, podem também ser guardadas em ambientes que possuam refrigeração natural. “Por exemplo, se for servir uma mesa em um ambiente externo, é preferível que a mesa com os alimentos fique em um ambiente interno, de preferência com ar-condicionado. Isso difere de deixar o alimento exposto fora da refrigeração”.

 

Dicas para conservar marmitas durante os dias quentes

 

O aumento do consumo de refeições fora de casa demanda precauções para evitar problemas futuros. A nutróloga sugere dicas valiosas para reduzir os riscos à saúde, especialmente ao conservar marmitas em dias mais quentes. “Ao congelar as marmitas, é crucial adicionar a data de preparo. Isso é fundamental, visto que muitas pessoas acumulam sobras ou cozinham grandes quantidades de alimentos, e a falta de data dificulta a organização. Inserir a data possibilita a utilização da marmita mais antiga primeiro, proporcionando uma gestão eficiente, especialmente em freezers de grande porte. Essa prática simples contribui para garantir a qualidade e a segurança alimentar”, orienta. 

 

Oppermann compartilha outras dicas:

 

  • Refrigeração adequada: armazene a marmita em uma bolsa térmica com gelo ou em um refrigerador para manter a temperatura interna segura;

 

  • Recipientes térmicos: utilize recipientes térmicos isolados para preservar a temperatura dos alimentos, garantindo que estejam frescos na hora do consumo;

 

  • Data de preparo: marque a data de preparo nas marmitas congeladas para garantir o consumo prioritário dos alimentos mais antigos e evitar desperdícios;

 

  • Evitar exposição ao Sol: evite deixar a marmita exposta ao sol direto, pois o calor excessivo pode comprometer a qualidade e segurança dos alimentos;

 

  • Higiene rigorosa: certifique-se de que os recipientes e utensílios utilizados na preparação estejam limpos e desinfetados para evitar contaminações.

 

Táticas de conservação: alimentos ideais para dias quentes

 

Segundo a nutróloga, as comidas recomendáveis para os dias mais quentes são as frescas, saladas e alimentos que não tenham molho branco ou levem muito ovo na composição. “Os pratos com molho vermelho tendem a ter maior durabilidade do que aqueles com molho branco, devido à presença de gordura e proteína. Isso pode ser feito se combinar com a receita”, esclarece. Ela também recomenda aplicar a estratégia à manutenção dos alimentos fora da geladeira e quando colocados em uma mesa. “Uma dica adicional é usar um spray com limão e vinagre de maçã para borrifar, principalmente nos alimentos frescos, pois impede a oxidação deles e garante uma maior durabilidade”, ensina.

 

 

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