Estrias: causas, evolução e tratamentos

Saiba por que as estrias aparecem e como você pode combatê-las com tratamentos eficazes

11 de setembro de 2023 - às 13h50 (atualizado em 28/11/2023, às 14h56)

barriga de mulher grávida, mãos passando creme
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Estrias são lesões semelhantes às cicatrizes, que ocorrem por distensão da derme, levando à ruptura de fibras elásticas e colágenas que sustentam e dão elasticidade à pele.

 

A dermatologista Renata Porfirio esclarece que essas lesões são causadas por alongamento da pele em diferentes momentos da vida, como crescimento rápido, ganho de peso ou oscilações de peso, como o efeito sanfona, na gravidez e uso de terapias por corticoides. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), são mais frequentes entre mulheres, mas podem se manifestar também em homens. Raquel Andrade, biomédica esteta, ozonioterapeuta, dermaticista e cosmetóloga, detalha que as estrias podem surgir em regiões como abdômen, glúteos, coxas, mamas, quadril e parte interna dos braços. Barbara Aguiar, fisioterapeuta, especialista em medicina tradicional chinesa sistêmica e estética e especialista em estética cosmética, destaca que existem vários tipos de estrias e ressalta que a maioria delas possui tratamento. No entanto, ela indica que em certos casos, a solução pode envolver cirurgia plástica.

 

Causas das estrias

 

De acordo com a SBCD, as estrias têm causas que vão além da aparência. Elas podem surgir devido a uma variedade de fatores, sendo mais comuns em momentos de mudanças físicas rápidas, como o crescimento durante a adolescência, a gravidez ou o ganho de peso significativo. Além disso, fatores genéticos e hormonais desempenham um papel importante na suscetibilidade às estrias. 

 

Causas mais comuns 

 

  • Crescimento rápido: comum durante a adolescência e a gravidez, o corpo pode não conseguir produzir colágeno suficiente para acompanhar o crescimento da pele, levando ao desenvolvimento de estrias;

 

  • Ganho de peso: repentino e significativo, como em casos de obesidade ou aumento súbito de massa muscular, pode esticar a pele além de sua capacidade de adaptação;

 

  • Efeito sanfona: ciclos repetidos de perda e ganho de peso podem esticar e enfraquecer a pele, tornando-a mais suscetível ao desenvolvimento de estrias.

 

  • Gravidez: o aumento do útero e do peso durante a gravidez é uma causa comum de estrias em mulheres. Elas geralmente aparecem na barriga, seios, quadris e coxas;

 

  • Uso de corticosteroides: o uso prolongado de medicamentos contendo corticosteroides, como cremes e loções, pode tornar a pele mais fina e frágil;

 

  • Fatores genéticos: a predisposição genética desempenha papel importante na suscetibilidade às estrias. Se os pais ou familiares próximos tiverem estrias, a pessoa pode ter risco maior de desenvolvê-las;

 

  • Síndrome de Cushing: condições médicas como a síndrome de Cushing, que envolve a produção excessiva de hormônios corticosteroides pelo corpo, podem levar ao aparecimento de estrias;

 

  • Uso de esteroides anabolizantes: o uso de esteroides anabolizantes para o aumento da massa muscular pode causar o desenvolvimento de estrias devido ao rápido ganho de massa muscular;

 

  • Puberdade: o crescimento acelerado durante a puberdade, combinado com mudanças hormonais, pode aumentar o risco de estrias;

 

  • Fatores hormonais: alterações hormonais, como as que ocorrem durante a puberdade, gravidez e uso de pílulas anticoncepcionais, podem influenciar a elasticidade da pele.

 

Evolução das estrias: vermelhas e brancas

 

Andrade explica que a cor das estrias são indicadores do tempo da lesão, sendo as cicatrizes brancas mais antigas, enquanto as vermelhas são mais recentes. No entanto, ela ressalta que a evolução das estrias pode variar de pessoa para outra, e nem todas as estrias passarão por todas as etapas. Aguiar explica que as estrias podem variar em tamanho, forma e profundidade. “Geralmente, elas aparecem de forma simétrica em ambos os lados do corpo, mas existem exceções, como as causadas por corticoide tópico ou desequilíbrios hormonais. As estrias podem ser poucas ou muitas e geralmente estão alinhadas paralelamente umas às outras, indicando um desequilíbrio elástico localizado, que é o que caracteriza essa lesão”, indica.

 

Estágios de desenvolvimento

 

  • Prurido (coceira): o primeiro estágio das estrias é frequentemente acompanhado de prurido, ou seja, coceira na área afetada da pele. Isso ocorre à medida que as fibras elásticas e colágenas se rompem sob a superfície da pele;

 

  • Hiperemia local (vermelhidão): à medida que as estrias se desenvolvem, a pele afetada tende a apresentar uma tonalidade avermelhada. Isso é provocado pelo aumento do fluxo sanguíneo na área afetada, bem como pela inflamação dos tecidos. Nesta fase, as estrias são frequentemente chamadas de estrias vermelhas devido à sua aparência;

 

  • Aparecimento da lesão vermelha: é a fase mais visível das estrias. Neste estágio, elas têm uma cor vermelha ou rosada pronunciada e são geralmente planas ou apresentam um padrão sinuoso. A cor vermelha é devido à vascularização intensa e à inflamação na área afetada;

 

  • Estrias brancas: à medida que o tempo passa e a estria amadurece, cicatriza e passa a ter uma tonalidade esbranquiçada. Neste estágio, são frequentemente referidas como estrias brancas. Também parece deixar a pele mais fina e menos elástica. Estas estrias brancas são consideradas mais difíceis de tratar em comparação com as estrias vermelhas.

 

Tratamentos 

 

Embora os tratamentos disponíveis possam oferecer bons resultados, o desaparecimento completo das estrias é muito difícil de alcançar. Muitos têm restrições de uso durante a gravidez e devem ser sempre supervisionados por um profissional da saúde. 

 

Procedimentos dermatológicos 

 

  • Medicamentos de uso tópico: cremes que contêm substâncias como ácido retinóico, ácido glicólico ou vitamina C, sendo o ácido retinóico o mais utilizado. Eles podem melhorar a aparência das estrias, tornando-as menos visíveis. No entanto, devem ser usados apenas com receita médica e têm menor eficácia em estrias antigas;

 

  • Peeling químico: Esse procedimento envolve a aplicação de ácidos que promovem uma esfoliação na pele, estimulando sua recuperação. Pode ser eficaz, especialmente quando combinado com outros métodos, como a microdermoabrasão e o uso de cremes com ácido retinóico em casa. Peelings que utilizam ácido tricloroacético (TCA) em concentração de 20% podem ser mais eficazes, mas é importante evitar durante a gravidez.

 

  • Laser fracionado e luz intensa pulsada: são indicados tanto para estrias recentes quanto antigas. A energia térmica do laser fracionado estimula a produção de colágeno na pele, melhorando a aparência e a coloração das estrias. No entanto, não são recomendados durante a gravidez e requerem cuidados com a cor da pele para evitar hiperpigmentação;

 

  • Radiofrequência microagulhada: utiliza radiofrequência e agulhas para aquecer o tecido alvo, estimulando a produção de colágeno e reduzindo as estrias. Pode ser usado em estrias recentes e antigas, com melhora progressiva após várias aplicações;

 

  • Microdermoabrasão: envolve a remoção da camada superficial da pele, estimulando a renovação celular e a produção de colágeno. Pode ser indicado para estrias recentes e antigas, muitas vezes combinado com peelings químicos.

 

Cirurgia

 

Porfirio destaca que a estria branca, por ser mais antiga, indica que é uma cicatriz. Neste caso, ela explica que o corpo já teve um processo inflamatório e respondeu. No entanto, esse retorno causa um tecido de reparação que é a estria mais difícil de se tratar. Aguiar alerta que nem todos os tipos de estrias são resolvidos com tratamentos dermatológicos. “Estrias com mais de 2 dedos de espessura precisam de cirurgia plástica”, pontua.

 

Procedimentos cirúrgicos de estrias graves

 

  • Abdominoplastia (ou dermolipectomia abdominal): este procedimento é mais realizado na região abdominal, especialmente após a gravidez ou perda significativa de peso. Durante a abdominoplastia, o excesso de pele é removido, e as estrias presentes nessa área são eliminadas junto com a pele removida. No entanto, a cirurgia tem cicatrizes próprias e um período de recuperação mais longo;

 

  • Resurfacing a laser (laser ablativo): em alguns casos, a cirurgia a laser pode ser usada para tratar estrias graves. Nesse procedimento, um laser ablativo é usado para remover a camada superficial da pele, incluindo as estrias. A pele regenerada após o tratamento é mais lisa, mas também tem um período de recuperação significativo e cicatrizes.

 

Prevenção

 

Andrade recomenda que quanto mais cedo a pessoa prevenir a estria, melhor será a pele.

“Cuidados com alimentação e com hidratação do corpo é fundamental. Ingestão de água e programas de tratamento para estímulo de colágeno também são essenciais”. 

 

Embora as cicatrizes relacionadas ao crescimento e à gravidez sejam difíceis de se evitar, ter cuidados básicos com a saúde pode ajudar a prevenir os tipos associados ao ganho de peso e ao sedentarismo. Algumas dicas:

 

  • Dar preferência a alimentos saudáveis;

 

  • Praticar exercícios físicos regularmente;

 

  • Manter os índices de gordura corporal em um patamar saudável;

 

  • Ter a pele hidratada;

 

  • Óleos e produtos naturais podem ajudar no estímulo à produção de colágeno no corpo. Também existem suplementos para casos de baixa produção natural.

 

 

 

 

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