Como transformar a dor do luto pela perda do parceiro em jornada de autoconhecimento

Veja a importância de buscar apoio na família, entre amigos e profissionais para fortalecer o aspecto emocional

7 de julho de 2023 - às 19h55 (atualizado em 28/11/2023, às 16h01)

Homem de costas olhando para a janela
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Ao lidar com a dor do luto pela perda do parceiro, é comum experimentar várias emoções e reações. De acordo com Adriana Severine, psicóloga especialista em terapia cognitiva comportamental e Luana Ganzert, psicóloga especialista em emoções e autora do livro Você Vive ou Sobrevive?, (2023), alguns dos principais sentimentos incluem tristeza profunda, angústia, dor emocional, raiva, culpa, negação e confusão. Reações que podem ser intensas e afetar tanto o aspecto emocional quanto o físico.

Durante o processo de luto, é importante cuidar do bem-estar emocional e mental. Segundo Adriana, buscar apoio e expressar o que sente é fundamental. Isso pode ser feito através da terapia individual ou em grupo, onde é possível compartilhar experiências com outras pessoas que também estão passando pela situação. Além disso, cuidar de si mesmo é essencial, mantendo uma rotina saudável de sono, alimentação balanceada e praticando exercícios físicos adequados. A adoção de atividades que tragam conforto e tranquilidade, como a meditação, escrever em um diário ou  se envolver em hobbies prazerosos, também pode contribuir para o bem-estar durante esse período, destaca Luana.

A solidão e a sensação de vazio são aspectos frequentemente enfrentados após a perda do parceiro. Para lidar com esses sentimentos, Luana ressalta a importância de buscar conexões significativas com outras pessoas. Isso pode envolver o apoio de familiares e amigos próximos, a participação em grupos de apoio ou a busca por novas formas de interação social. Explorar interesses e atividades que permitam conhecer novas pessoas também pode ajudar a diminuir a solidão. É importante estar aberto a novas experiências e se permitir gradualmente criar um novo sentido de identidade e propósito.

 

As cinco fases do luto

Segundo a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, em seu livro Sobre a Morte e o Morrer, (1969), existem cinco estágios do luto. São eles:

  • Negação: fase de isolamento e recusa em enfrentar a realidade da perda.
  • Raiva: expressão de revolta e busca por culpados.
  • Negociação: tentativa de encontrar acordos para evitar a perda ou reverter a situação.
  • Depressão: vivência intensa do luto, com tristeza e reflexão sobre o impacto da perda.
  • Aceitação: estágio de serenidade, em que os sentimentos são expressos de forma mais clara.

 

Apoio durante o processo de luto 

Além do suporte oferecido por familiares e amigos próximos, profissionais de saúde também podem oferecer orientação e apoio especializados. Além de grupos que fornecem um espaço seguro para compartilhar experiências e receber suporte de pessoas que estão passando ou já passaram por situações semelhantes. É importante buscar fontes de apoio que sejam confortáveis e adequadas às necessidades individuais.

 

Não existe duração para o luto

É importante destacar que o luto é um processo natural e saudável. Não há prazo para superá-lo, e cada pessoa precisa respeitar seu próprio tempo. Algumas podem levar semanas, meses ou até mesmo anos para encontrar um equilíbrio emocional após a perda do parceiro. Não há certo ou errado nesse processo, e é fundamental oferecer compreensão e empatia para aqueles que estão passando por essa experiência.

Nesse período, é comum que surjam lembranças, saudades e momentos de intensa tristeza. Adriana e Luana consideram importante que a pessoa vivencie essas emoções e não as reprima. 

 

Como reconstruir a vida após a morte do parceiro

No processo de luto pela perda do parceiro, cada pessoa pode vivenciar emoções e reações de forma única e individual. Não há um caminho pré-determinado ou uma fórmula exata; é uma fase pessoal e cada um encontra sua própria maneira de enfrentar a jornada. 

Mas existem aspectos importantes a serem considerados, segundo Adriana. Um deles é o autocuidado, que envolve dedicar tempo e atenção à própria saúde física, emocional e mental. Além das atividades mencionadas anteriormente, é crucial reservar momentos de descanso, garantir uma alimentação adequada e, se necessário, buscar apoio médico.

Outro fator relevante é lidar com a dor e a saudade que acompanham a perda do parceiro. É normal que esses sentimentos persistam mesmo após um longo período de tempo. É fundamental sentir essas emoções e buscar suporte em grupos de apoio ou em terapia para aprender a lidar com elas e encontrar maneiras saudáveis de honrar a memória do parceiro.

Além disso, a morte do companheiro também implica em reconfiguração da identidade pessoal. É necessário reconstruir uma nova noção de si mesmo, estabelecer novos papéis e encontrar propósitos na vida. Esse processo de reajuste pode ser gradual e requer paciência, experimentando diferentes atividades e interesses para descobrir o que traz significado e satisfação pessoal.

À medida que a pessoa avança nessa jornada de reconstrução, é possível que surja o desejo de estabelecer novos relacionamentos. No entanto, é importante estar ciente das próprias necessidades emocionais e buscar conexões saudáveis que contribuam para o bem-estar. Isso significa estabelecer limites, se comunicar de forma clara e permitir tempo para desenvolver confiança e intimidade gradualmente.

Por fim, aceitar que a vida nunca será exatamente como era antes da perda do parceiro. O processo de reconstrução após o luto traz transformações profundas, e encontrar um novo equilíbrio e significado na vida requer aceitação. Isso possibilita se abrir para novas possibilidades, permitindo encontrar a paz interior e seguir adiante com esperança e resiliência.

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