Musicoterapia: saúde e bem-estar através da música

Saiba como a musicoterapia pode aliviar o estresse e estimular emoções positivas, independentemente do ambiente

11 de outubro de 2023 - às 11h11 (atualizado em 11/10/2023, às 11h13)

Casal ouve música com fone na barriga da mulher, que está grávida
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A musicoterapia é uma prática terapêutica que utiliza a música como sua principal ferramenta para melhorar a saúde física e mental. De acordo com a psicóloga e psicanalista Cristina Navalon, a técnica estimula áreas específicas do cérebro, como o córtex, amígdala, cerebelo e hipocampo, que estão ligadas às emoções e às memórias. “Essa abordagem terapêutica tem a capacidade de melhorar o humor, aumentar a atenção, a concentração, além de fortalecer a memória e desbloquear lembranças profundas”, explica. Navalon ressalta que a musicoterapia é indicada para pessoas de todas as idades e pode ser uma valiosa aliada na prevenção de vários problemas de saúde. 

 

Ela destaca que, normalmente, a musicoterapia é praticada por profissionais conhecidos como musicoterapeutas, que aplicam técnicas musicais específicas adaptadas às necessidades do paciente. Segundo Navalon, nas sessões são realizadas diversas metodologias que estimulam a criatividade, como a abordagem receptiva e a ativa. “Na primeira, os pacientes participam de sessões onde simplesmente ouvem música cuidadosamente selecionada, que pode variar de acordo com seus objetivos terapêuticos. Essa prática visa promover a relaxação, aliviar o estresse e estimular emoções positivas. Já na abordagem ativa, os pacientes são encorajados a participar ativamente da criação musical, seja cantando, tocando instrumentos ou improvisando. Essa modalidade busca promover a expressão pessoal, melhorar a comunicação e fortalecer habilidades cognitivas, como memória e concentração. Ambas as abordagens têm o objetivo de melhorar a saúde mental e emocional”, ressalta.

 

Melhorias na saúde com musicoterapia

 

De acordo com Navalon, a musicoterapia oferece uma série de benefícios para a saúde física e mental. “Na esfera física, a musicoterapia estimula funções motoras, melhora a coordenação e até mesmo alivia a dor em alguns casos. Esses efeitos podem ser impressionantes para a recuperação de pacientes com lesões ou condições crônicas”, destaca.

 

No que diz respeito à saúde mental, Navalon enfatiza que a musicoterapia desempenha papel essencial na redução do estresse, da ansiedade e da depressão. “A música tem uma maneira única de acessar nossas emoções e aliviar o fardo emocional”, diz ela. “Além disso, contribui para a formação emocional e, com o tempo, melhora significativamente a autoestima”, completa.

 

O diferencial dessa técnica, segundo Navalon, é sua eficácia no desenvolvimento de habilidades cognitivas, como a memória e a concentração. Ela acrescenta: “Essas melhorias são particularmente valiosas no tratamento de distúrbios neurológicos, como o Alzheimer”. Navalon ressalta também que, por ter uma aplicação versátil, a musicoterapia tem sido aplicada em contextos de reabilitação e cuidados de saúde crônicos.

 

Musicoterapia e bem-estar

 

A música, como destaca Navalon, possui um profundo impacto positivo no bem-estar das pessoas. “Ela exerce uma influência poderosa sobre as emoções e estados de ânimo”, afirma. Navalon acrescenta que a música tem a capacidade de provocar vários sentimentos, desde a alegria até a tristeza, e pode proporcionar uma sensação de liberdade. “A música atua como um canal de comunicação para expressar sentimentos que, muitas vezes, não conseguimos entender ou verbalizar por completo”, afirma. 

 

Para Navalon, a música é universal e transcende barreiras culturais, idade, gênero e crenças. “Isso a torna acessível para todas as pessoas, incluindo crianças com espectro autista, adultos que lidam com ansiedade, idosos com demência, pessoas com doenças neurológicas e aqueles que simplesmente buscam aliviar o estresse e melhorar sua qualidade de vida”, destaca.

 

Musicoterapia: transformando vidas em diversos ambientes

 

Navalon destaca a versatilidade da musicoterapia como uma abordagem terapêutica que pode melhorar vidas em vários contextos e ambientes. Segundo ela, a musicoterapia pode ser incorporada em hospitais, clínicas de reabilitação, asilos, escolas e até mesmo centros comunitários, adaptando-se às necessidades e propostas de cada um. “Em um ambiente hospitalar, a musicoterapia pode ser uma ferramenta valiosa para reduzir a ansiedade de pacientes antes de procedimentos médicos arriscados. A música tem o poder de acalmar e preparar emocionalmente os pacientes para enfrentar esses desafios”, pontua. 

 

Nos asilos, ela explica que a musicoterapia se torna um instrumento efetivo de estímulo à memória. “Através da música, os idosos podem resgatar lembranças preciosas e reviver momentos especiais de suas vidas”, afirma ela. 

 

Com relação a ambientes escolares, Navalon ressalta que a musicoterapia desempenha papel importante na formação cognitiva das crianças, estimulando a concentração e a autoestima. “A música é uma linguagem universal que pode enriquecer o aprendizado e promover o desenvolvimento integral das crianças”, diz. 

 

Já nos centros comunitários, ela indica que a musicoterapia se destaca como um pilar de formação identitária. Navalon enfatiza que a música, quando compartilhada em grupos, revela nuances e questões únicas em cada indivíduo, fortalecendo a conexão entre as pessoas e enriquecendo suas experiências.

 

 

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